Mundial 2022: Portugal poderá enfrentar naturalizados de “última hora”

EPA/Javier Zorrilla

Iñaki Williams em jogo do Atlético Bilbau

Federação de Futebol do Gana está a tentar captar futebolistas que alinham em bons clubes europeus. Já terá levado dois “nãos”.

A selecção portuguesa de futebol soube, na sexta-feira passada, que vai estar no Grupo H do Mundial 2022, curiosamente com uma selecção de cada continente.

Portugal terá pela frente o Gana (África) logo no primeiro jogo, depois irá defrontar o Uruguai (América) e vai fechar a fase de grupos com a Coreia do Sul (Ásia).

Este artigo é centrado na selecção de Gana, que até foi adversária de Portugal no Mundial 2014, na mesma fase. Na altura os homens de Paulo Bento ganharam por 2-1, na última jornada, mas mesmo assim ficaram fora dos oitavos-de-final.

Nesse dia 26 de Junho de 2014, e afectada por uma greve de futebolistas devido a falta de pagamentos por parte da federação, a selecção africana tinha nomes como Mensah, Atsu, Ayew e o capitão Gyan.

Quase oito anos depois, obviamente os nomes mudaram. Olhando para o 11 titular de Gana no jogo da semana passada contra a Nigéria (1-1) que assegurou a sua qualificação, destacam-se os nomes de Thomas Partey (Arsenal), do resistente Jordan Ayew e do jovem Fatawu Issahaku, que pertence ao Sporting mas ainda não pode jogar pela equipa portuguesa.

No entanto, é arriscado prever um 11 base da selecção do Gana porque, daqui até ao dia 24 de Novembro – dia do duelo com Portugal – pelo menos cinco futebolistas podem ser reforços para a equipa africana, provenientes de outros países.

Impulsionados por este “aviso” do Cabine Desportiva, espreitámos os casos dos cinco jogadores mencionados.

Iñaki Williams é espanhol, jogou pelas selecções jovens espanholas e já representou a selecção principal num amigável. Mas o avançado do Atlético Bilbau tem sido sondado pela federação do Gana (o seu pai nasceu lá). No entanto, segundo o jornal AS, Iñaki continua a rejeitar essa possibilidade e continuará à espera de voltar à selecção espanhola.

Tariq Lamptey e Calum Hudson-Odoi são ingleses, mas os jogadores de Brighton & Hove Albion e Chelsea estão a ser contactados pela federação africana. Ambos têm ligações familiares ao Gana, embora tenham sempre jogado pelas selecções inglesas jovens (Calum já jogou pela selecção principal).

Eddie Nketiah também nasceu em Inglaterra e também tem ligações familiares com Gana. O jogador do Arsenal já é chamado pela federação do Gana desde 2019, mas prefere a selecção inglesa, que tem representado nos escalões jovens.

O processo de Mohamed Salisu é diferente. O defesa do Southampton nasceu no Gana mas tem andado há algum tempo a rejeitar convocatórias da selecção do seu país natal. Mesmo tendo sido abordado para o play-off decisivo com a Nigéria, o atleta afastou-se. O jogador justificou, no ano passado, que preferia concentrar-se no seu clube.

Estes futebolistas não seriam casos únicos. A selecção do Gana actual já tem vários jogadores que nasceram noutros países: Jogo Wollacott (Inglaterra), Denis Odoi (Bélgica), Alexander Djiku (França), Jordan Ayew (França), Andy Yiadom (Inglaterra), Elisha Owusu (França), Kwasi Wriedt (Alemanha) e Daniel-Kofi Kyereh (Alemanha). Todos jogaram contra a Nigéria, na semana passada.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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