
Líder do movimento xenófobo Reconquista provocou imigrantes no Martim Moniz e foi detido.
Afonso Gonçalves, que lidera o movimento ultranacionalista e xenófobo Reconquista, foi à Rua do Benformoso, no Martim Moniz, em Lisboa, provocar os imigrantes, aconselhando-os a voltarem para os seus país.
O activista de extrema-direita invadiu a varanda de um prédio naquela rua do Martim Moniz, onde moram muitos imigrantes, para fazer um discurso anti-imigração, onde também defendeu a teoria racista da “Grande Substituição”.
Afonso Gonçalves e outro homem “escalaram, com a ajuda de um escadote, um prédio, colocando-se numa varanda no 1.º andar”, como revela a PSP em comunicado, depois de ter sido chamada ao local e de proceder à detenção dos envolvidos.
Já na varanda, o líder do Reconquista e o seu acompanhante penduraram uma tarja onde se podia ler “Estamos em Portugal? Onde estão os portugueses?“, incluindo ainda a palavra “Remigração“. Este é um termo xenófobo que vem sendo utilizado pela extrema-direita mais radical da Europa.
Afonso Gonçalves acabou a fazer um discurso, em língua portuguesa e em língua inglesa, criticando a imigração em massa e defendendo o regresso dos imigrantes aos seus países de origem.
Tudo aconteceu por volta das 13:30 horas, altura em que havia “uma elevada concentração de pessoas na Rua do Benformoso”, deslocando-se para o “local de culto informal existente na Mouraria”, explica ainda a PSP.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível ver alguns homens a dirigirem-se a Afonso Gonçalves, enquanto este discursava na varanda, com gestos e palavras. Um deles, pelo menos, parece falar numa língua estrangeira.
Podem criticar o @AfonsoJFG como quiserem, mas tomara que muitos tivesse os tomates dele, para dizerem o que pensam no meio deste caos absoluto de miséria na cidade 👇 pic.twitter.com/4l8VItLzXs
— DrG (@DrGPT1) March 28, 2025
Apesar das provocações de Afonso Gonçalves, “não foram registados quaisquer comportamentos violentos por parte dos cidadãos que presenciavam a acção”, explica a PSP.
Líder do Reconquista acusou imigrantes de serem criminosos
Enquanto esteve na varanda, na rua do Martim Moniz, e a falar em inglês, Afonso Gonçalves acusou os imigrantes de serem responsáveis por actos criminosos, nomeadamente tráfico de drogas.
“Muitos de vocês estão envolvidos em actividades muito criminosas“, sublinhou dirigindo-se a quem passava na rua.
“Não me importo que me chamem racista porque sei muito bem o que aconteceria comigo se fosse para o vosso país”, acrescentou, notando que “se quisesse emigrar para o Paquistão, seria odiado e mandado embora”.
“Não venham para o meu país dizer-me quais devem ser os meus valores e as minhas regras”, continuou, defendendo que os imigrantes deviam voltar para os seus países porque “esta situação não é aceitável e precisa de acabar”.
“A experiência do multiculturalismo em massa, a experiência multirracial falhou, e ainda somos chamados de racistas e fascistas quando o dinheiro que poderia ser usado para o bem-estar dos nossos avós, está a ser usado para imigrantes ilegais“, atirou também.
“Não somos radicais o suficiente, temos sido muito calmos, demasiado gentis, demasiado acolhedores”, constatou ainda.
PSP fala de acção “provocatória”
Afonso Gonçalves e a pessoa que o acompanhava acabaram detidos pela PSP. Recusaram sair da varanda e foram “retirados coercivamente” do local pela polícia, anuncia a força de autoridade em comunicado.
Acabaram por ser algemados e levados para a esquadra, onde, após serem identificados, foram libertados.
“A intervenção dos activistas, a qual não foi comunicada às autoridades competentes, nos termos da lei, teve potencial para ser considerada provocatória, dado que foram efectuados relatos que os mesmos se manifestavam também contra o Islão“, nota a PSP, justificando a sua intervenção.
Afonso Gonçalvez diz que foi “agarrado violentamente” pelos agentes
À saída da esquadra, o activista do Reconquista lamenta que foi “detido até com algemas”, “agarrado violentamente” e “bastante agressivamente levado para a esquadra”, queixando-se também do tempo que a PSP o deixou à espera.
“Basicamente, identificaram-me, apreenderam-me uma câmara e disseram-me para eu me ir embora”, relata ainda num vídeo que divulgou na sua conta na rede social X, o antigo Twitter.
“Não houve nenhum crime que eu tenha cometido, não fiz nada de errado“, sublinha também, salientando que foi, simplesmente, “protestar contra a imigração massiva e contra a substituição populacional”.
Acabei agora de sair da ESQUADRA na sequência de uma acção pacífica no Martim Moniz.
Vídeo em breve 🔜 pic.twitter.com/g5FHHSmmO4
— Afonso Gonçalves (@AfonsoJFG) March 28, 2025
Ainda durante o protesto na varanda do Martim Moniz, quando o carro da PSP chegou, Afonso Gonçalves aconselhou os agentes a olharem também “para todas as actividades ilegais que acontecem nestas lojas”, e para “todos os imigrantes ilegais” da zona, “o tráfico, os contratos falsos , a droga, a prostituição, a criminalidade”.
Já em português, dirigiu-se aos agentes da PSP para falar da “facilidade” que “estes senhores têm de entrar em Portugal, mesmo ilegalmente”, e para notar que “muita dela é à custa de tirar dinheiro, tirar investimento, que era para ser usado para beneficiar os polícias, para que tivessem o mínimo de condições e de segurança”.
“Mas a prioridade do regime é continuar a investir na substituição populacional do povo português”, reforçou, como se pode ouvir no vídeo publicado pelo próprio Afonso Gonçalves, divulgando o seu protesto.
Afonso Gonçalves ALGEMADO pela polícia e OFENDIDO por imigrantes por protestar contra imigração em pleno Martim Moniz pic.twitter.com/rfmknt6Wkz
— Afonso Gonçalves (@AfonsoJFG) March 28, 2025
Afonso Gonçalves é muito activo nas redes sociais, nomeadamente no X, onde também pede aos seus seguidores que o apoiem financeiramente, através de donativos para o MBWay ou para o PayPal.
O Reconquista, o movimento que lidera, dissemina ideias racistas e xenófobas, defendendo a “reimigração”, a “pureza” do povo português e
também a redução os direitos das mulheres e das pessoas LGBTQI+.
Olha me este a querer estragar o ganha pão aos vigaros das empresas de trabalho temporário do PS! Mase trabalhar pa
Grande homen, faltam muitos destes. Temos de protestar e ser do contra pacificamente pois isto tem de mudar.
Tadinho. Colocaram-lhe algemas. Mas ia a resistir aos polícias malvados…
Portugal é dos Portugueses e para os Portugueses! Viva a Raça Lusitana! Tudo pela Nação nada contra a Nação!
Claro que é dos portugueses, mas os PSD´s do Passos e Monte Verde, estão com os olhos focados nos Estrangeiros, com os Vistos Gold, o AL, as Vendas de Imobiliario a Estrangeiros, até há uma epidemia de Deputados do PSD com Imobiliarias.
Os portugueses estão de facto em segunda linha.
Quando certos sítios de Cidades en Portugal , se transformam en ghettos , este tipo de reações são de esperar cada vez mais . A Imigração sem contrôle , a precariedade , a falta de inclusão com dignidade , são alguns dos pontos que deveriam merecer mais intervenção por parte do “Sistema” . Vivi en França , en Paris desde pequeno e posso testemunhar do descalabro causado por a não inclusão , mas sim a exclusão Social de certos imigrantes oriundos de todos os pontos do Planeta . A violência ao quotidiano nesse País fala por si !