“Nunca passámos por isto”: o que se passa numa rica mas assustadora Suécia?

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Nils Petter Nilsson / EPA

Tiros ou bombas praticamente todos os dias, cenário violento inédito – a população sueca está em choque.

A Suécia atravessa dias de sobressalto, talvez de pânico, devido a uma inédita e preocupante onda de violência, admite a polícia local.

Em poucas horas, entre quarta e quinta-feira, três pessoas foram assassinadas em crimes separados.

Primeiro foi assassinado um jovem de 18 anos num subúrbio da capital Estocolmo, pouco depois morreu um homem (e um ficou ferido) em Jordbro, também assassinado, e já na quinta-feira uma mulher de pouco mais de 20 anos morreu numa explosão em Uppsala.

Não há evidências firmes que liguem estes crimes, mas acredita-se que estão associados a uma crescente tensão violenta entre gangues.

Especialmente dois gangues: o líder de um dos gangues era líder do outro gangue e os dois grupos estarão a lutar pelo controlo de tráfico de drogas e de armas.

Só em Setembro morreram 11 pessoas assassinadas, incluindo adolescentes. Desde 2016 – ano em que os registos policiais começaram – nunca tinha havido um número tão alto de homicídios durante um mês na Suécia.

Na verdade, como salienta a agência Associated Press, tem havido tiros ou bombas quase todos os dias no país nórdico.

Uma realidade diferente num país sempre (quase sempre) considerado rico, desenvolvido e pacífico.

O primeiro-ministro Ulf Kristersson percebe que os seus compatriotas estejam “zangados, com medo e tristes” porque esta é uma “tragédia profunda”.

Kristersson já reuniu com os altos responsáveis militares para perceber como é que as Forças Armadas da Suécia conseguirão ajudar a polícia nesta luta contra o crime.

A crise é tal que o primeiro-ministro falou para o país através da televisão – algo raro na Suécia.

“A Suécia nunca viu algo assim. Nenhum outro país europeu está a passar por isto”, admitiu Ulf Kristersson, que admitiu o “momento difícil” na Suécia mas avisou os criminosos: “Vamos perseguir e derrotar os gangues”.

ZAP //

9 Comments

  1. sim, porque os Suécos não têm problemas de criminalidade interna, não é? basta ver o massacre da ilha de Utoya, pelo Anders Behring Breivik. tamanha ignorancia!

  2. É inacreditável a desfaçatez com que esta gente vem para a televisão demonstrar constrangimento, por um problema que em primeiro lugar nem sequer existiria se eles não estivessem lá.
    Por outro lado é impressionante como a comunicação social não trata os “bois pelos nomes”.
    Isto não é mais do que a importação de todo o tipo de gente para a europa…
    “welcome refugees”!!!!

  3. A Suécia durante muitos anos símbolo de integração de povos que nunca quiseram integrar-se, vê hoje os seus descendentes revoltarem-se contra o sistema que lhes deu bases para vingarem na sociedade, mas optaram por se tornarem irreverentes formando gangues, extremistas etc… castigando o povo que os acolheu. É assim na Suécia, na França, Inglaterra, Alemanha mas em Potrugal será diferente graças a grande visão e competência dos nossos políticos.

  4. Nas “urgências” do nosso dia-a-dia, esquecemo-nos do tipo de sociedade que temos ajudado a formar. Alimentamos meios publicitários (através de jornais, TVs, redes sociais, cartazes, etc) que criam expectativas desmesuradas nos jovens (e até menos jovens…), com promessas de consumo imediato e riqueza fácil. A realidade nunca é assim. Depois, aparece a frustração que, particularmente nos mais jovens, pode conduzir facilmente à violência. Tenho dúvidas de que a causa mais forte seja a emigração, embora também neste caso houve criação de expectativas não realistas, por exemplo em França e na Holanda. A razão por que digo isto é que em muitos dos países mais importantes onde a violência de rua é uma ameaça permanente e letal, caso do Brasil, dos Estados Unidos, do México, etc, essa violência não é causada, na esmagadora maioria dos casos, por emigrantes, mas sim por cidadãos locais frustrados e psicologicamente afetados. Talvez seja bom começarmos por aí para percebermos como atacar o problema. Nos USA, há uma média de homicídios de 15 a 20 mil pessoas por ano (relatórios oficiais da “Division for Violence Prevention”). No Brasil, entre 2006 e 2019, houve 50 mil homicídios por ano. Se aplicássemos esta taxa de assassinatos a Portugal (10 milhões em vez dos 200 milhões de habitantes no Brasil), deveríamos ter 2500 por ano. Felizmente, nós temos uma média de 105 homicídios por ano desde 2010. Podemos consultar todos estes dados na Internet, por exemplo no site: http://www.statista.com.

  5. Tiago Cunha, por acaso sabe os motivos que levaram o sueco Anders Behring Breivik a fazer o que fez? Exactamente pelos motivos apresentados nesta notícia, onde políticos deixaram entrar emigrantes sem qualquer controlo, que agora vão lentamente destruindo os valores da sociedade sueca…

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