Como avança o Público esta quarta-feira, há 12 anos consecutivos que há mais mortes do que nascimentos em Portugal, mas este ano o país a bateu o recorde do saldo natural negativo.
Desde 2009 que o número de mortes se sobrepõe ao total de nascimentos em Portugal. Contudo, em 2020, será o ano com o maior saldo natural negativo de que há memória no país, com a exceção de 1918, quando a gripe pneumónica matou milhares de pessoas.
De acordo com os dados do programa de rastreio neonatal adiantados ao Público pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, a natalidade está a diminuir, tendo em conta o número de “testes do pezinho”. Entre Janeiro e Outubro deste ano fizeram-se 71.719 testes – quase menos 2 mil do que nos dez primeiros meses do ano passado e menos cerca de mil do que no mesmo período de 2018.
O elevado número de óbitos também vai marcar 2020 pela negativa. Esta situação deve-se não à pandemia de covid-19, mas também às restrições de acesso aos cuidados de saúde e pelas ondas de calor no Verão. Entre Janeiro e Outubro morreram perto de 100 mil pessoas, segundo a DGS.
O excesso de mortalidade está a assumir uma dimensão crescente: entre 2 de Março, quando foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19 em Portugal, e 15 de Novembro, registaram-se mais 9640 óbitos do que a média, em período homólogo, dos últimos cinco anos, contabilizou o Instituto Nacional de Estatística.
Estes dois fenómenos conjugados – o aumento das mortes e a diminuição dos nascimentos – que fazem elevar o saldo natural negativo. Entre Janeiro e Outubro, a diferença era já de 27.770, um valor sem paralelo neste século.
Estes são dados ainda provisórios e sujeitos a acertos mas que farão com que a população residente em Portugal volte a encolher e tudo indica que esta tendência até se agravará, uma vez que Novembro e Dezembro são habitualmente meses com maior mortalidade.
Coronavírus / Covid-19
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