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Este julho foi o que teve mais mortes em 12 anos. E covid-19 só explica 1,5%

Em julho deste ano, morreram 10.390 pessoas em Portugal. É o valor mais alto registado neste mês nos últimos 12 anos.

De acordo com o jornal Público, que recolheu dados do sistema nacional de Vigilância da Mortalidade (eVM), morreram 10.390 pessoas em Portugal em julho, o valor mais alto registado nos meses de julho dos últimos 12 anos.

Segundo os mesmos dados, morreram mais 2137 pessoas do que no mesmo período do ano passado, ou seja, houve um aumento de 26%.

O matutino refere que esta subida não se explica pelos efeitos da covid-19, uma vez que, em julho, morreram apenas 159 mortes com o novo coronavírus, ou seja, 1,53%.

Em resposta às questões do diário, a Direção-Geral da Saúde (DGS) acredita que este aumento da mortalidade se deve aos dias de calor extremo que se verificaram no mês passado.

A entidade garante que os dados serão analisados de forma mais detalhada, mas refere que a codificação das causas de morte de 2020 está em curso e só será conhecida em 2021.

Especialistas de saúde ouvidos pelo jornal defendem que a elevada mortalidade de julho pode também ser um efeito secundário do confinamento, período em que o acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi fortemente condicionado.

Em declarações à rádio Renascença, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, não tem dúvidas de que o excesso de mortalidade registado em julho deve-se aos doentes não-covid que “ficaram para trás”.

“O excesso de mortalidade deve-se aos doentes não-covid que claramente ficaram atrasados. Ponto. Não vale a pena arranjar outras explicações”, afirmou.

ZAP //

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