A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) disse, este domingo, que o partido quer “derrotar a direita” nas eleições e “ser determinante para as soluções que contam”. Mariana Mortágua criticou ainda os candidatos à liderança do Partido Socialista (PS) por não “fazerem uma reflexão crítica” da maioria absoluta.
Em conferência de imprensa em Lisboa, após uma reunião da Mesa Nacional do BE, Mariana Mortágua referiu que o partido estabeleceu “dois objetivos” para as eleições legislativas de 10 de março.
“O primeiro objetivo é derrotar a direita. Se o PS deixou o país num pântano, a direita só vai cavar mais fundo e alargar esse pântano, com mais políticas contra os serviços públicos, com mais políticas de promiscuidade entre o público e privado, com a entrega do que resta e é nosso ao privado”, disse.
Para Mariana Mortágua, “a direita não tem qualquer solução” para a atual crise “social e política” – cuja responsabilidade atribuiu à maioria absoluta do PS -, porque propõe “o mesmo regime dos negócios, do privilégio, da porta giratória”.
Mortágua quer ser solução
A par deste primeiro objetivo, a coordenadora do BE referiu que o partido quer também “ser determinante para as soluções que contam” e “ter uma palavra a dizer no pós-eleições, que determine as políticas que irão para a frente em Portugal”, em particular na saúde, habitação, educação e salários.
“O caminho do pós-eleições é um caminho que ou é capaz de dizer a alguém, que agora não consegue encontrar uma casa, que vai poder encontrá-la, (…) ou que diz às pessoas que estão a receber o salário mínimo que têm um horizonte de futuro, ou então não é caminho nenhum”, disse.
Sobre o programa eleitoral do BE (ainda não conhecido), Mariana Mortágua indicou que as suas “principais propostas já são conhecidas”.
“Não é novidade para ninguém que temos a expressão precisa do que é preciso fazer na lei para conseguir fixar médicos no SNS. (…) Quem diz isto na saúde, diz na habitação, na educação, nos salários ou na reconversão industrial”, disse.
PNS e Carneiro “não são críticos”
Questionada se o facto de querer ser determinante no pós-eleições é uma manifestação de disponibilidade para uma nova ‘geringonça’, Mariana Mortágua respondeu que, quando olha atualmente para os dois candidatos à liderança socialista – Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro -, não vê “uma reflexão crítica” ou uma “admissão da crise política e social”, que considerou ter sido provocada pela maioria absoluta.
“O que vejo é esses candidatos a assumirem toda a herança do PS, como se se tratasse de uma simples sucessão, como se o país não estivesse mergulhado numa crise social à qual é preciso dar resposta”, criticou.
Mariana Mortágua disse acreditar que houve muita gente “bem-intencionada” que votou no PS nas últimas legislativas “à espera de estabilidade e de uma alternativa à direita”, mas acrescentou que esse voto “deu uma governação do PS que defraudou todas as expectativas de estabilidade”.
Questionada se considera preocupantes as trocas de palavras entre o primeiro-ministro e o Presidente da República, a coordenadora do BE respondeu: “É de tal forma preocupante que eu acho que o meu dever é não acrescentar confusão à confusão”.
ZAP // Lusa
Uma pobre lésbica!
Quando deram a mãozinha à geringonça, fizeram todas as vontadinhas ao Costa… Só beneficiaram o que é menos bom na sociedade.
Esquerda, não obrigado.