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Foi um dos grandes nomes da luta anti-corrupção em Portugal, e é lembrado pelos colegas de partido como “um exemplo luminoso” e um socialista de “palavras inteiras”. Morreu esta quarta feira, aos 88 anos.
O antigo ministro socialista João Cravinho morreu hoje aos 88 anos, disse à agência Lusa fonte do PS. Segundo avançou na tarde desta quarta feira a Antena 1, a família comunicou que o ex-membro do governo de António Guterres faleceu “tranquilamente em casa”.
João Cravinho foi ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território no XIII Governo Constitucional de Guterres e ministro da Indústria e Tecnologia no IV Governo Provisório, liderado por Vasco Gonçalves.
A também socialista Ana Gomes já prestou a sua homenagem, recordando o colega como “um exemplo luminoso e um grande socialista”, que se destacou pelo combate à corrupção.
A antiga editora da Antena 1, Maria Flor Pedroso, lembra-se de João Cravinho como um homem de “palavras inteiras”.
De facto, como recorda o Observador, foi pela sua mão que nasceu o Plano Anticorrupção, que foi na altura rejeitado pelo governo do PS e que defendia pela primeira vez a proposta de criminalizar o enriquecimento ilícito.
Na altura, primeiro-ministro era José Sócrates, que Cravinho chegou a acusar de querer travar a luta anti-corrupção, atirando que o líder o socialista tivera um comportamento “execrável”.
Nascido em Angola, estudou no Instituto Superior Técnico e nas universidades de Yale e Oxford. Para além do seu papel no governo, foi também membro do Conselho de Estado e administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), em Londres.
O seu filho, João Gomes Cravinho, foi ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros em executivos liderados por António Costa.
