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Morreu um dos maiores assassinos da Austrália (que deixou a polícia com mais perguntas do que respostas)

Morreu Ivan Milat, um dos maiores assassinos em série da história da Austrália, que deixou no ar inúmeras dúvidas sobre vários desaparecimentos.

Ivan Milat morreu este domingo, aos 74 anos, deixando as autoridades australianas com mais perguntas do que respostas, avança esta segunda-feira o Diário de Notícias. O criminoso faleceu vítima de cancro no esófago e no estômago.

Caroline Clarke, Joanne Walters, Simone Schmidl, Anja Habschied, Gabor Neugebauer, James Gibson e Deborah Everist ficarão para sempre recordados como sete das vítimas daquele que é um dos maiores assassinos em série da Austrália. O criminoso sequestrou-os e matou-os depois de lhes ter dado boleia durante uma caminhada.

Segundo a BBC, Milat tinha um método. Começava por oferecer boleia a caminhantes de mochila às costas, que passavam num trecho da estrada que liga Sydney a Melbourne, levava-os até à floresta nacional de Belanglo, esfaqueava-os, baleava-os, enterrava-os com as mãos atadas e fugia com um pertence deles.

Tyrone Kirchengast, especialista em criminologia da Universidade de Sydney, explica que as vítimas “contavam com a boa vontade dos motoristas” e, por esse mesmo motivo, eram alvos fáceis.

Além disso, os crimes ocorreram no início da década de 90, “antes dos telemóveis“. “Estavam completamente isolados.”

Em 1971, duas mulheres denunciaram ter sido ameaçadas com uma arma branca e violadas por Ivan Milat, mas foi absolvido. Aliás, segundo a BBC, passaram-se vários anos de acusações das quais o criminoso ia saindo ilibado.

Um dos casos mais marcantes aconteceu em 1990: Milat ia escapar à condenação pelos assassinatos, não fosse uma testemunha fundamental – o britânico Paul Onions, que conseguiu fugir.

Onions entrou no carro de Milat, que se predispôs a dar-lhe boleia, mas o britânico percebeu imediatamente que alguma coisa de errado se passava quando viu uma corda e uma arma no interior do automóvel. Abriu a porta e fugiu. O assassino ainda tentou pará-lo com tiros, mas um outro motorista parou para o ajudar.

Paul Onions foi até à esquadra mais próxima e apresentou queixa, mas tudo o que as autoridades fizeram foi dar-lhe dinheiro para ir até ao Alto Comissariado Britânico em Sydney, tendo a queixa ficado arquivada durante anos, conta a BBC.

Em 1996, a vítima ficou a conhecer, através dos jornais, o caso dos corpos encontrados na floresta de Belanglo. Onions lançou de imediato o nome do assassino à Polícia Federal Australiana, a quem recordou a queixa que tinha feito anos antes. De seguida, as autoridades chamaram-no à Austrália para ajudar na investigação que estava em curso.

Onions acabou por se tornar na testemunha principal do julgamento contra Milat. Depois de Milat ter sido apontado como ponto de partida, foi uma questão de tempo até as provas se terem tornado inquestionáveis.

Milat acabou por ser condenado a sete penas consecutivas de prisão perpétua sem liberdade condicional. Até morrer reafirmou sempre a sua inocência.

O caso inspirou filmes. O realizador da saga de filmes de terror Wolf Creek, Glen McLean, confessou ter recorrido a elementos dos assassinatos de Ivan Milat para a sua obra por nunca ter imaginado nada mais aterrorizante.

ZAP //

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