Morreu Mohamed Al-Fayed. Acreditou sempre que Isabel II tinha culpas na morte de Diana

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Morreu o empresário egípcio Mohamed Al-Fayed, antigo dono dos armazéns Harrods e do Fulham, e pai de Dodi Al-Fayed, que morreu ao lado da princesa Diana de Gales em Paris, em 1997.

O empresário egípcio Mohamed Al-Fayed, ex-proprietário do Harrods e cujo filho Dodi morreu ao lado da princesa Diana de Gales no acidente de carro, morreu aos 94 anos, foi hoje divulgado.

Al-Fayed foi também proprietário do Fulham Football Club, emblema londrino que divulgou a morte do empresário.

“Em nome de todos no Fulham Football Club, envio as minhas sinceras condolências à família e amigos de Mohamed Al-Fayed após a notícia do seu falecimento aos 94 anos”, destacou o seu sucessor como proprietário, Shahid Khan, num comunicado divulgado na rede social Facebook citado pela agência Associated Press (AP).

Em comunicado, a família adiantou que Mohamed Al-Fayed morreu na quarta-feira, no dia anterior ao aniversário da morte do filho, Dodi, ao lado da princesa Diana.

Mohamed Al-Fayed, que passou anos a questionar as circunstâncias das suas mortes, defendia a tese de que Dodi e Diana teriam sido assassinados, uma suspeita afastada pela Scotland Yard. Al-Fayed acusou insistentemente, sem provas, a Rainha Isabel II e o Príncipe Philip de ter orquestrado o acidente.

Diana e Dodi morreram em Paris em 1997, aos 36 anos, quando o carro em que seguiam juntamente com o motorista ter embatido num pilar de cimento do túnel por onde passava quando estava a ser perseguido por fotógrafos em carros e motas.

Um inquérito judicial britânico concluiu na altura que o acidente foi um resultado da conduta negligente dos veículos perseguidores e da elevada taxa de alcoolemia do motorista.

Al-Fayed permaneceu praticamente fora dos holofotes públicos na última década, morando na sua mansão em Surrey, no sudeste de Inglaterra, com a mulher, a modelo finlandesa Heini Wathen.

Nascido em 27 de janeiro de 1929 nos subúrbios modestos de Alexandria, no Egipto, Mohamed al Fayed era filho de um professor. Começou a vida profissional como vendedor de limonada e tornou-se vendedor de máquinas de costura.

Construiu um império empresarial no Médio Oriente antes de se mudar para o Reino Unido, na década de 1960, depois de ser forçado a deixar o Egito após as nacionalizações do presidente egípcio Gamal Abdel Nasser.

Al-Fayed nunca realizou a sua ambição de obter um passaporte do seu país de adoção, de acordo com a BBC. Nunca perdoou a recusa de cidadania britânica, humilhação que decidiu vender cara: alegou que tinha subornado dois deputados do Partido Conservador, provocando a queda de um ministro, recorda a AFP.

Em 1975, ansioso por garantir a sua posição, especificamente entre os escalões mais elevados da sociedade britânica, comprou o icónico hotel Paris Ritz com o seu irmão Ali por 20 milhões de libras.

Os irmãos adquiriram o Harrods em 1985 por 615 milhões de libras, após uma intensa ‘guerra’ de ofertas com o grupo de mineração Lonrho.

Depois, Al Fayed comprou o Fulham Football Club na década de 1990, elevando o clube londrino desde a terceira divisão até ao escalão máximo do futebol inglês, a Premier League.

Além de Dido, o empresário teve mais três filhos com Heini Wathen. Segundo a revista Forbes, em 2017, a sua fortuna de 1.6 mil milhões de euros colocava-o como o 959º homem mais rico do mundo.

ZAP // Lusa

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