O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro manifestou hoje incompreensão por a direção do partido ainda não ter anunciado o voto contra a proposta de Orçamento do Estado para 2020, defendendo que “só pode ser essa a decisão”.
“Não percebo de que é que está à espera o PSD para anunciar o voto contra este Orçamento. Tal como pré-anunciei, só pode ser essa a decisão do PSD. Eu tinha razão”, afirmou o candidato, numa declaração enviada à Lusa.
Luís Montenegro apontou que a proposta orçamental entregue na segunda-feira na Assembleia da República “aumenta a carga fiscal e retira poder de compra às pessoas”, apontando que o IRS “desce muito irrelevante e simbolicamente e só para alguns, mas a inflação é superior ao triplo dessa diminuição”.
“Para empatas já bastam o Governo e o PS. O PSD tem de ser a oposição que falta hoje a Portugal e a alternativa que falta amanhã ao país. Isso é que é defender o interesse nacional”, considerou.
O candidato reiterou a crítica de que a economia “tem um crescimento completamente insuficiente”, atirando Portugal para “a cauda da Europa” nesta matéria.
Na terça-feira, o presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, afirmou “parecer absolutamente evidente” que a proposta de Orçamento do Estado para 2020 aumenta a carga fiscal, mas recusou comentar o documento em detalhe ou antecipar o sentido de voto.
“Vou ver com cuidado, mas parece-me absolutamente evidente que há um aumento da carga fiscal. Quando o primeiro-ministro diz que é um Orçamento do Estado de continuidade, se aumentar a carga fiscal é de continuidade, que tem aumentado desde que o PS assumiu a governação em 2016”, criticou Rio, à entrada para uma sessão com militantes em Oeiras, distrito de Lisboa.
Sobre o sentido de voto do PSD, Rio reiterou que o orçamento é “uma peça complexa” que não pode ser analisada passadas “algumas horas”, embora admitindo que a carga fiscal foi “o elemento mais importante” e mais falado na última campanha legislativa.
Rui Rio prometeu voltar ao tema hoje à noite, no jantar de Natal do grupo parlamentar.
As eleições diretas para a liderança do PSD disputam-se em 11 de janeiro – com uma eventual segunda volta uma semana depois – e são candidatos Rui Rio, Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz.
// Lusa