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Luís Montenegro está surpreso com a ameaça do PS de romper com o Governo, dizendo que este partido não está habituado a ser oposição. O primeiro-ministro considera, por seu turno, que o Chega começa a mostrar maior responsabilidade.
Em entrevista ao programa Política com Assinatura da Antena 1, Luís Montenegro voltou a dizer que não tem um parceiro preferencial ou exclusivo para diálogo.
O primeiro-ministro enquadrou a afirmação que fez na semana passada de que PS e Chega são ambos “alternativas de Governo”, salientando que têm “uma representação equivalente, similar”.
“É assim na democracia, quem fica ofendido com isto está no fundo a ficar ofendido com a vontade do povo português, e eu isso não faço”, assegurou.
Já sobre qual dos partidos considera mais confiável, disse ter por princípio “não desconfiar de ninguém” e esperar de ambos “espírito construtivo”, embora reiterando que o PS tem “um histórico de maior fiabilidade, de maior capacidade de diálogo democrático, de maior responsabilidade política”.
No entanto, Ventura está mais responsável
Apesar de atribuir uma “fiabilidade histórica” maior ao PS, Montenegro considerou que o partido de André Ventura está mais responsável.
“Não me custa nada dizê-lo, está a começar a mostrar [responsabilidade] agora, vamos ver se se mantém, vamos ver se isto é sol de pouca dura, se é apenas um fogacho ou se é uma trajetória consistente”, disse.
PS mal habituado
Sobre o PS, defendeu que “não vai sobreviver nos próximos anos à conta da história que teve nos 50 anos anteriores” e considerou que este partido “não está habituado a estar na oposição”, depois de governar 23 anos dos últimos 30.
“Isso habituou mal o PS, e o PS deve ter a humildade democrática de saber estar na oposição”, apelou.
Montenegro disse ter “fundada expectativa que os dois maiores partidos da oposição” possam viabilizar o Orçamento do Estado (OE) para 2026 e apelou a que PS e Chega não se voltem a unir para, por exemplo, aprovar um aumento permanente das pensões.
“Foi uma linha que o ano passado se ultrapassou e que espero que seja mesmo uma exceção, porque isso coloca em causa as condições de governabilidade e é uma irresponsabilidade”, assinalou, considerando que o país só tem condições financeiras para ir avaliando, anualmente, a possibilidade de um bónus pontual aos reformados, como voltará a acontecer em setembro.
No entanto, este domingo, o secretário-geral do PS José Luís Carneiro parece ter deixado em aberto, pela primeira vez, a hipótese de chumbar o OE para 2026.
ZAP // Lusa