Luís Montenegro e outros deputados criticam Rui Rio e aproximação ao PS

1

Mário Cruz / Lusa

O líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro

O ex-líder parlamentar do PSD aproveitou a reunião do grupo parlamentar, esta quinta-feira, para criticar duramente a estratégia seguida pela direção do partido na relação com os deputados e na aproximação ao PS.

A reunião do grupo parlamentar do PSD, que ainda decorre, começou com uma intervenção do presidente do partido, Rui Rio, na primeira vez que se juntou à bancada social-democrata, e que terminou sem palmas, ao contrário do que era habitual com o anterior líder, Passos Coelho.

De acordo com relatos feitos à agência Lusa, entre as intervenções mais duras contam-se, até agora, as de Luís Montenegro, Teresa Morais e Carlos Abreu Amorim.

O ex-líder parlamentar do PSD, que já admitiu poder vir a candidatar-se à liderança, considerou que a estratégia de Rui Rio de aproximação ao PS “está a servir para branquear” a atitude do Governo no passado, dizendo que foram sempre os socialistas que não quiseram dialogar com o PSD.

“A posição de Costa é um insulto ao diálogo partidário”, afirmou Montenegro, considerando que o líder do PS e primeiro-ministro “anda a gozar” com o PSD. “O que o PS fará connosco é o que o PCP e o BE deixarem”, acrescentou.

Por outro lado, o antigo líder parlamentar pediu a Rio que seja capaz de motivar os deputados, considerando que estes não podem ser “convencidos à força” e frisou que a sua motivação será “o maior crédito” para o sucesso do seu caminho.

Por outro lado, Carlos Abreu Amorim, antigo vice-presidente da bancada, destacou a “atitude grandiosa” de Fernando Negrão na semana passada, quando o líder parlamentar pediu desculpas aos deputados por alguns excessos de linguagem, e sugeriu ao presidente do partido que faça o mesmo.

Já a antiga vice-presidente Teresa Morais retomou as críticas que já tinha feito na semana passada, lamentando que membros da Comissão Política tenham sugerido a renúncia de mandato aos deputados discordantes. “Não é um bom principio de quem quer unir”, alertou, citada pelo Diário de Notícias.

Recorde-se que Rio, depois de um almoço com o Presidente da República, disse contar com os 89 deputados do PSD e que “aqueles que não quiserem colaborar assumem essa responsabilidade”.

A social-democrata disse ainda não ter gostado de saber pela comunicação social das “alterações importantes” que o novo líder pretende introduzir no partido, nomeadamente a criação de porta-vozes setoriais (nacionais e distritais) através do Conselho Estratégico Nacional (CEN).

Rio diz que reunião não podia ter corrido melhor

O presidente do PSD disse não ver como é que “a reunião com a bancada pudesse correr melhor”. “Eu disse na quarta-feira, quando muito se houver é uma convulsãozita, para ser sincero não a notei, bem pelo contrário, notei uma reunião muito prolongada, com muitas intervenções, intervenções construtivas”, afirmou, em declarações aos jornalistas.

Perante as várias perguntas sobre críticas que lhe terão sido dirigidas, o presidente do PSD considerou que aconteceu aquilo que esperava: “Uma realidade dentro da sala e outra difundida para fora, já estava à espera, a reunião correu de forma absolutamente normal”.

Questionado se não ouviu críticas sobre a sua estratégia de aproximação ao PS, Rui Rio disse que o que ouviu foi “algum ceticismo relativamente à boa vontade” dos socialistas nos acordos com o PSD.

“Em 89 deputados cada um diz o que sente, não é por um dizer uma coisa que isso possa fazer regra. Naquilo que é o traço comum da reunião, eu não vejo como é que a reunião pudesse correr melhor, há lideres que gostam muito que se levantem todos a bater-lhe palmas, não é propriamente o meu estilo“, afirmou.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Uma tristeza estes parlamentares sociais democratas… a meter golo na própria baliza !
    Esta oposição interna é aliada de Costa. E Costa agradece e prepara-se para uma maioria absoluta.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.