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“A Momo já não existe”. Criador destrói a figura

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Desde 2018, a palavra Momo tornou-se sinónimo de terror para muitas crianças e adolescentes, desde que a figura estranha invadiu o WhatsApp, alegadamente incentivando jovens a automutilarem-se ou a suicidarem-se.

De acordo com várias relatos de crianças, a figura aterradora voltou, surgindo agora no Youtube, no meio de vídeos da “Porquinha Peppa” ou de jogos como o “Fortnite”.

No entanto, o artista da escultura original da Momo vem agora a público afirmar que destruiu a figura e que as crianças não têm com se preocupar — a Momo está morta.

Keisuke Aiso, 43, é o escultor japonês responsável pela criação da estranha e aterradora boneca. Tal como relata ao The Sun, o japonês sente-se “responsável” por aterrorizar crianças de todo o mundo, depois de ter visto o seu trabalho ser roubado pelos indivíduos que levaram a cabo o Momo Challenge.

Keisuke Aiso garante que a figura, feita de borracha e óleos naturais, já não existe desde o outono passado, e manteve apenas um olho da peça original, que pretende reciclar num novo trabalho: “Estava podre e deitei-a fora. As crianças podem ficar descansadas, a Momo já não existe e a maldição acabou”.

O trabalho original de Keisuke Aiso, de seu nome “Mother Bird”, não teve grande expressão no momento em que foi criado, em 2016, e exposto numa galeria de arte alternativa em Tóquio, Japão.

Keisuke Aiso assume que tem sentimentos contraditórios sobre o sucedido. “Por um lado, as pessoas que usaram a imagem do meu trabalho trouxeram-me imensos problemas e sinto-me mal por ter causada dor a muitas crianças. Mas por outro, como artista, tenho algum apreço pelo facto de a minha peça de arte ter sido vista por todo o mundo”, afirmou.

Para criar a escultura, o artista japonês foi inspirado por uma história de terror japonesa sobre uma mulher que morre durante o parto e regressa como uma mulher-pássaro para assombrar a região onde morreu. Na cultura japonesa, a mesma história conta que a mulher tenta entregar um bebé a estranhos e desaparece antes de a criança se transformar em paus ou pedras.

Keisuke Aiso, que também cria figuras para programas de televisão, confessou que sabia que estava a criar algo assustador, escreve a revista MAGG: “Quando fiz a peça, e tenho de ser honesto, tinha todas as intenções de assustar as pessoas”.

O Momo Challenge, na onda do famoso “Ice Bucket Challenge”, terá levado crianças a executarem atos violentos, incluindo auto-mutilação, e que terá culminado no suicídio de algumas, com ameaças de morte à família e amigos das vítimas, caso não cumpram os desafios determinados.

Em 2018, surgiu a notícia de que uma jovem argentina de 12 anos se suicidou por causa da Momo, algo que nunca foi confirmado oficialmente.

Já neste ano, vários meios de comunicação social anunciaram que 130 jovens se tinham suicidado na Rússia por causa deste fenómeno. Também neste caso não há registos oficiais que o comprovem.

Em 2017, tinha surgido a notícia de que precisamente 130 jovens se tinham suicidado na Rússia por causa do “Baleia Azul”, um anterior fenómeno que se espalhou pela Internet e que provocou muita preocupação entre pais por todo o mundo.

Até agora, não há registo oficial de mortes relacionadas diretamente com a Momo, apesar de várias forças de autoridade, por todo o mundo, terem emitido alertas.

ZAP //

5 Comments

  1. Creio que o problema não será tanto a tal “Momo” mas sim aqueles que, com índole perversa e até macabra, dela se aproveitaram…. a ser assim, esses poucos segundos “infiltrados” em videos, jogos ou outros conteúdos destinados às crianças e jovens, por lá continuarão na net, a fazer potenciais danos irreversíveis…

      • Nas crianças?! Bem, das duas uma: se estava a ser irónico e a chamar “crianças” a quem coloca estas porcarias na net, concordo; caso se esteja a referir a crianças que viram estes tais segundos e foram influenciados, para onde é que a educação das mesmas é para aqui chamada?! Pois se até há adultos a serem influenciados, quanto mais crianças e jovens… mas é a minha opinião, vale o mesmo que a sua. 🙂

      • Eu estava mesmo a falar das crianças que podem ser facilmente influenciadas!…
        Sim, também há “jovens e adultos a serem influenciados”, mas o que não falta por esse mundo fora são jovens e adultos estúpidos e com pouca educação!…
        Tal como se ensina as crianças a não falarem com estranhos (etc), também se devem educar para os perigos do Internet!

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