Moedas propõe seguro de saúde para idosos e transportes gratuitos “para avós e netos”

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Manuel de Almeida / Lusa

Carlos Moedas

O candidato social-democrata à presidência da Câmara de Lisboa quer criar um seguro de saúde para maiores de 65 anos com dificuldades económicas e tornar os transportes públicos gratuitos para “avós e netos”.

Estas foram algumas das medidas enunciadas pelo cabeça de lista da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança) à Câmara de Lisboa, durante a apresentação do seu programa eleitoral, que decorreu, esta quarta-feira, no auditório da reitoria da Universidade Nova de Lisboa, em Campolide.

Defendendo que o Estado Social central falhou e que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “não funciona”, Carlos Moedas disse ter um projeto de “Estado Social local” que passa “por ideias muito concretas, sobretudo para aqueles que são mais velhas”.

“Na nossa cidade, temos 140 mil pessoas que têm mais de 65 anos. Essas pessoas estão abandonadas, muitas delas. Muitas não têm dinheiro para os seus medicamentos, não têm dinheiro para ir ao médico, esperam anos por consultas, mas ninguém faz nada”, salientou.

Por isso, ambiciona “oferecer a cada lisboeta” com mais de 65 anos e dificuldades económicas um “seguro de saúde base para que possam ter consultas base, para que possam ter uma teleconsulta, para que possam tratar de temas específicos, como as cataratas, a fisioterapia”.

O candidato estima que a medida abranja cerca de 40 mil lisboetas.

Em matéria de mobilidade, Carlos Moedas defende que, das cinco ou seis cidades onde viveu, “os piores transportes são em Lisboa” e “é por isso que as pessoas não andam em transportes públicos”.

O social-democrata inscreveu, assim, no seu programa eleitoral os objetivos de fazer chegar o Metro até Alcântara e até Algés e prometeu “transportes públicos gratuitos para avós e netos”.

“Todas as cidades europeias e todos as cidades no mundo tendem para transportes gratuitos. Se eu fosse outro, prometia-vos para 2025 ou 2026 que o faria, mas sendo eu, aquilo que prometo é para hoje, não é para 2025”, vincou Carlos Moedas, numa crítica implícita ao atual presidente da Câmara Municipal e recandidato à autarquia, Fernando Medina (PS).

O cabeça de lista da coligação “Novos Tempos” acrescentou que, enquanto presidente da Câmara de Lisboa, vai trabalhar para que os transportes públicos “sejam gratuitos para todos aqueles que têm até 23 anos de idade e para todos aqueles que tenham mais de 65 anos de idade”.

Na área da Mobilidade, o candidato destacou ainda a proposta de descontos de 50% “no estacionamento da EMEL para residentes em toda a cidade”.

Caso seja eleito, Carlos Moedas pretende também reduzir a taxa de IRS na capital, devolvendo aos lisboetas nos primeiros 100 dias de mandato os “32 milhões de euros que vão para a Câmara de Lisboa”.

Ainda em matéria de impostos, o ex-comissário europeu propõe isenção de IMT – Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis para jovens até 35 anos que comprem habitação própria em Lisboa.

Esta é uma medida que, a par da transformação de património municipal devoluto em residências para jovens, pretende aumentar a oferta de habitação para esta faixa etária na capital.

No capítulo da Inovação, Carlos Moedas destacou “dois projetos muito concretos”: transformar o “projeto falhado do Hub do Beato” numa “verdadeira fábrica de unicórnios” (empresas que valem mais de mil milhões de dólares) e criar o centro mundial da economia do mar na doca de Pedrouços.

Apresentou ainda o fundador da Feedzai, Nuno Sebastião, como seu comissário para a Tecnologia e Inovação.

Na Cultura, o social-democrata quer que “o Parque Mayer seja um polo de ligação entre o teatro, a educação e a ciência” e avançar com a proposta de “um teatro em cada freguesia”.

Como grandes projetos para a cidade, realçou a importância de “ligar a cidade ao Tejo desde Algés até ao Cais do Sodré“, referindo que isso pode ser feito através “do enterramento parcial da linha ou de um metro de superfície para os lisboetas possam aceder sem barreiras” ao rio.

A sessão de apresentação do programa eleitoral de Carlos Moedas contou com a presença do antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, do ex-líder do PSD Luís Marques Mendes e da ex-líder do CDS-PP Assunção Cristas, a quem o candidato dirigiu um especial agradecimento.

Na corrida à presidência da autarquia foram até agora anunciadas as candidaturas de Fernando Medina (PS), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Rui Tavares (Livre), Tiago Matos Gomes (Volt) e João Patrocínio (Ergue-te). As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.

// Lusa

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2 Comments

  1. Mas que grande cromo… em vez de defender melhorias no SNS, quer pôr o Estado a pagar seguros a privados!…
    Ainda não vi uma única medida de jeito proposta por este totó… com concorrentes destes, ao Medina basta não abrir a boca…

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