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Moedas tem uma mão cheia de problemas para resolver (e algumas heranças de Medina)

ppdpsd / Flickr

Carlos Moedas, candidato à Câmara de Lisboa

Carlos Moedas venceu as eleições autárquicas na capital e são agora vários os desafios que tem pela frente. Alguns deles, herdados de Fernando Medina.

Lisboa está a registar um declínio populacional há décadas. Os dados provisórios dos Censos 2021 indicam uma nova perda de residentes nos últimos dez anos e Carlos Moedas tem agora um desafio em mãos: decidir o que fazer com o Programa de Renda Acessível (PRA) lançado por Fernando Medina.

O social-democrata quer acelerá-lo, falta é saber como. Na vertente pública do PRA, em que a Câmara assume os custos, e também graças a arrendamento a privados, já se atribuíram fogos com renda acessível na capital, mas o objetivo traçado pelo antigo autarca (6.000 casas) continua longe de alcançar.

No programa eleitoral, aponta o Público, Moedas sinaliza também a intenção de reabilitar fogos municipais devolutos, construir habitação em terrenos públicos e isentar de IMT as pessoas com até 35 anos que comprem casa na cidade.

No que diz respeito à mobilidade, Medina lançou a obra da linha circular do metro e dentro de um ano deve arrancar a operação dos novos autocarros da Grande Lisboa, medidas para reduzir o tráfego na cidade. Moedas garantiu que não ia reverter as políticas do antecessor, mas entende que a linha seja em laço e não circular, que haja uma “redefinição da rede” da Carris e mais parques de estacionamento nas fronteiras da cidade.

Outra das promessas passa por dar 20 minutos de estacionamento gratuito e 50% de desconto para residentes em qualquer ponto de Lisboa. Moedas quer também que os transportes públicos sejam gratuitos para menores de 23 e maiores de 65 anos.

Já quanto às ciclovias, o agora presidente prometeu pedir uma auditoria ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para saber se estão a ser bem ou mal construídas. Ainda assim, independentemente da conclusão, Carlos Moedas garante que a rede ciclável é para continuar a desenvolver.

O terceiro desafio tem a ver com o turismo, que para uns é uma tábua de salvação e, para outros, o culpado pela saída da população da cidade.

A Web Summit em Lisboa ou o lançamento do Hub Criativo do Beato, destinado à instalação de startups e empresas tecnológicas, foram tentativas de diversificar o tecido económico da cidade. Moedas propõe “reavaliar e reorientar o projeto” para o tornar numa “fábrica de unicórnios”.

Um centro para a economia do mar, um novo centro de congressos e um balcão único para que Lisboa seja “pelo menos, a terceira cidade europeia mais atrativa para fundadores de startups” são medidas que constam ainda do programa eleitoral.

Quanto ao problema dos sem-abrigo, Moedas mostra-se defensor do modelo housing first, que já é seguido na capital há vários anos, e propõe a criação de novos centros de acolhimento, ainda que não avance nenhuma data para erradicar o fenómeno.

Segundo o diário, o programa de Moedas contempla duas medidas sobre higiene urbana que passam por “assegurar a expansão consistente e progressiva” dos “sistemas de ecoilhas/ecopontos” e “implementar gradualmente o sistema “Pay As You Throw” no sistema de recolha porta-a-porta de resíduos urbanos, de modo a potenciar a separação seletiva”.

Por último, o Público elenca as heranças de Fernando Medina, desde já a inauguração de projetos como os centros de saúde da Ajuda, Restelo, Fonte Nova, Marvila, Alcântara e Beato, cuja previsão inicial era de que estivessem prontos em 2020, mas que ainda vão estar em obras durante alguns meses.

Também será Moedas a inaugurar uma escola nova (a EB Gonçalo Ribeiro Telles, no Bairro da Boavista), novas creches (Convento do Desagravo e São Domingos de Benfica) e o Teatro Variedades, no Parque Mayer. Há ainda várias escolas a ser reabilitadas neste momento, entre elas a Teixeira de Pascoaes.

Dá-se também início, neste mandato, aos primeiros novos elétricos encomendados pela Carris em abril deste ano, assim como uma nova fornada de autocarros elétricos.

ZAP //

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