A Assembleia Nacional francesa rejeitou a moção de censura das esquerdas contra o governo de Édouard Philippe, pela gestão da crise dos “coletes amarelos”, votada apenas por 70 deputados.
Com esta moção, os três grupos de esquerda – Socialistas, França Insubmissa e Comunistas – queriam fazer ouvir os “gritos do povo” lançados pelos “coletes amarelos” e condenar “a política social e fiscal injusta levada a cabo há 18 meses” pelo governo.
“Vamos procurar nos próximos dias alargar o âmbito dos que poderão apresentá-la connosco”, anunciou Olivier Faure, líder parlamentar dos socialistas.
“Temos um governo que vai direito à parede, é nossa responsabilidade colocar um ponto final nisso e fazer de maneira que haja uma mudança de governo e também de política”, disse também Ugo Bernalicis, d’A França Insubmissa.
Para derrubar o Governo do Presidente Emmanuel Macron, a moção tinha de conseguir uma maioria, o que seria quase impossível, dado o total de deputados dos partidos proponentes – 62 eleitos – em relação aos 577 deputados que formam a Assembleia.
De facto, a moção de censura acabou por ser rejeitada, tendo sido votada apenas por 70 deputados.
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A apresentação da moção ocorreu na terça-feira, no mesmo dia em que o primeiro-ministro, Édouard Philippe, defendeu na Assembleia nacional as medidas decididas pelo Presidente Emmanuel Macron.
A revolta dos “coletes amarelos” já “foi ouvida” e foi “respondida”, insistiu o porta-voz do Governo, Benjamin Griveaux, em referência às medidas anunciadas por Macron, para aumentar o poder de compra dos assalariados e reformados mais carenciados.
Entre estas medidas, inclui-se um aumento em 100 euros do salário mínimo (atualmente 1.498 euros brutos), anulação do aumento dos impostos as reformas inferiores a dois mil euros ou a decisão de não tributar as horas extraordinárias. O conjunto de estímulos poderá custar cerca de 10 mil milhões de euros aos cofres do Estado francês.
ZAP // Lusa