A italiana Gessica Notaro, uma das finalistas do concurso Miss Itália 2007, está a comover o país, depois de ter mostrado, pela primeira vez, as marcas que lhe ficaram no rosto após ter sido atacada com ácido pelo ex-namorado cabo-verdiano.
Gessica Notaro apareceu em público pela primeira vez, após o ataque que aconteceu no passado 10 de Janeiro de 2017, para mostrar o rosto desfigurado e passar a mensagem de que “isto não é amor”.
A jovem de 28 anos começou por surgir de cara tapada com um lenço no programa “Maurizio Costanzo show”, depois de ter sido convidada para relatar a sua história de sobrevivência.
O apresentador disse-lhe que se ela quisesse, poderia manter o lenço, mas ela sublinhou que preferia tirá-lo, mostrando assim, o rosto desfigurado, após ter sido alvo de várias cirurgias, e ainda com o olho esquerdo tapado por causa de uma operação recente.
“Quero que vejam o que ele me fez. Isto não é amor”, lançou Gessica Notaro no programa.
Até agora, Gessica Genaro só tinha deixado mensagens no Facebook sem mostrar a sua cara, nomeadamente para apelar às mulheres para não deixarem “ninguém” “pisar” a sua “dignidade” e agradecendo a todos os homens que “sabem o que significa a palavra respeito”.
“O ácido comia-me o rosto”
Gessica Notaro foi atacada pelo ex-namorado, o cabo-verdiano Jorge Edson Tavares que está detido, depois de ter sido alvo de perseguições e de ter recebido SMS ameaçadoras.
Insatisfeito com o fim do namoro entre os dois, ele acabou por lhe armar um emboscada, deitando-lhe no rosto uma mistura química que é usada para desentupir torneiras e que é composta por substâncias corrosivas, conforme relata o jornal Corriere della Sera.
A publicação sublinha que o ácido deixou “buracos enormes” em três carros que se encontravam no parque de estacionamento onde a atacou, perto da casa dela.
“Procurei manter-me lúcida”, conta a jovem ao site Dilei.it, relembrando o momento do ataque. “Sabia que não devia tocar o rosto com as mãos e sabia também que não devia enxaguar-me”, acrescenta.
“Pedi à minha mãe para me levar depressa para o hospital, enquanto sentia que o ácido me estava a entrar nos olhos e comecei a ver sempre menos. Enquanto o ácido me comia o rosto, eu rezava a Deus: leva-me a beleza, mas deixa-me ao menos a vista“, revela ainda Gessica Notaro.
Sobre o ex-namorado sublinha que a tinha “ameaçado” quando, há cerca de um ano, apresentou queixa contra ele na polícia. “Ameaçava sobretudo, matar-se depois de me fazer pagar”, refere.
Juiz rejeitou prisão preventiva
O Ministério Público pediu a prisão preventiva do cabo-verdiano, depois da queixa de Gessica Notaro, porque foram encontradas várias armas em sua casa, incluindo uma besta, uma pistola de ar comprimido e balas, segundo revela a imprensa italiana.
Além disso, o homem tinha registo criminal pela falta de pagamento de uma pensão de alimentos a uma ex-companheira, com quem teve um filho, em 2011, e ainda vivia mesmo ao lado da casa de Gessica e da sua mãe.
Mas o juiz de instrução criminal rejeitou a prisão preventiva, decretando apenas uma ordem de restrição, determinando que o cabo-verdiano não podia aproximar-se de Gessica.
A ex-Miss Roma lamenta que o seu caso “revelou quanto a Lei tem demonstrado ser distraída e ineficaz” neste tipo de situações, conforme cita o site Dilei.it. “E quanto é injusto que o rosto das vítimas fique deturpado para toda a vida, enquanto as penas dos agressores se limitam a poucos anos”, conclui.
Durante a participação no “Maurizio Costanzo show”, Gessica abordou de novo estas críticas ao sistema judicial italiano e o ministro da Justiça de Itália, Andrea Orlando, chegou a intervir no programa de televisão para anunciar que vai receber a jovem no próximo dia 27 de Abril.
Entretanto, Gessica diz que pretende “ajudar as mulheres que estão propensas a terem o mesmo desfecho que [ela] a saíram do seu pesadelo“.
Lançamento do primeiro disco em suspenso
A jovem trabalhava num parque aquático como treinadora de leões marinhos, mas por causa das mazelas do ataque, não poderá voltar a exercer essa função.
O sonho de ser cantora continua porém, vivo, porque o ácido não lhe danificou as cordas vocais. Ela tem agora, o lançamento do seu primeiro disco em suspenso quando estava praticamente pronto a ser divulgado, aquando do ataque.
E o que me tira do sério são os juízes não prenderem bestas que fazem isto (e outras coisas). Que justiça é esta?
Não percebo que tipo de justiça esta europa tem e pratica, a meu ver existem penas deste tipo devivo às incompetências dos magistrados, mas não só em Itália.
as mulheres e as filhas destes juízes também deviam de sofre na pele, para ver se eles mudavam logo as penas para outras bem mais pesadas, e cá é a mesma coisa, o pensamento dos muitos juízes é “com o mal das outras posso eu bem”