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Dois ministros brasileiros infetados com covid-19. País ultrapassa 80 mil óbitos

Joedson Alves / EPA

Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil

O ministro da Educação brasileiro, Milton Ribeiro, e o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, anunciaram estar infetados com covid-19, numa altura em que o país já ultrapassa os 2,1 milhões de infetados e 80 mil óbitos.

O ministro da Cidadania do Brasil, Onyx Lorenzoni, anunciou esta segunda-feira que testou positivo para a covid-19 num exame médico realizado na última sexta-feira, após apresentar alguns sintomas da doença.

O ministro brasileiro, responsável pelas políticas sociais do Governo chefiado por Jair Bolsonaro, informou na sua conta do Twitter que realizou o teste depois de “começar a sentir sintomas que poderiam ser da covid-19”, na noite de quinta-feira.

“Passei por exames, entre eles o PCR e o resultado saiu hoje [segunda-feira] e a covid-19 foi detetada. Desde 6ª [sexta-feira] estou seguindo o protocolo de azitromicina, ivermectina e cloroquina e já sinto os efeitos positivos”, escreveu o ministro brasileiro, citando medicamentos cujo eficácia no tratamento da covid-19 não foi comprovada.

https://twitter.com/onyxlorenzoni/status/1285185560747835393

Onyx é um defensor da cloroquina como uma forma de tratar a doença, assim como Bolsonaro, que também anunciou que estava infetado com o Sars-CoV-2 há duas semanas e disse que tomava hidroxicloroquina como tratamento primário.

Horas depois, também o ministro da Educação, Milton Ribeiro, que tomou posse há quatro dias, anunciou estar infetado com covid-19. “Acabo de receber esta manhã um resultado positivo para a covid-19. Já estou a tomar medicamentos e vou despachar remotamente”, disse na sua conta do Twitter Milton Ribeiro, que é o quarto ministro a tutelar a pasta desde que Bolsonaro chegou ao poder, em 1 de janeiro de 2019.

O diagnóstico positivo não impediu Bolsonaro, um dos líderes mais céticos do mundo sobre a gravidade da pandemia, de receber algumas centenas de apoiantes nos jardins do Palácio da Alvorada, a sua residência oficial em Brasília, no domingo.

Separado por um espelho de água de dezenas de apoiantes, o Presidente brasileiro percorreu o vasto relvado onde os seus seguidores estavam, muitos deles sem máscara protetora e sem respeitar a distância determinada pelas autoridades, e exibiu uma caixa de cloroquina. Bolsonaro tirou a caixa do medicamento do bolso e mostrou aos seus apoiantes, que aplaudiram sob gritos de “cloroquina, cloroquina!”.

A Sociedade Brasileira de Doenças Infecciosas (SBI) pediu que o medicamento fosse “abandonado” no tratamento de qualquer fase da covid-19.

Nas últimas 24 horas foram registadas 632 mortes e 20.257 novos casos da doença no Brasil, que regista um total de 2.118.646 de pessoas infetadas pelo novo coronavírus. O Ministério da Saúde brasileiro adiantou que 1.409.202 pessoas já foram consideradas recuperadas da doença e outras 629.324 estão sob acompanhamento. O país ultrapassou as 80 mil mortes, totalizando 80.120 óbitos.

O governador do estado brasileiro de São Paulo, João Doria, afirmou que 20 mil doses da vacina chinesa batizada de CoronaVac foram desembarcadas no aeroporto de Guarulhos e serão encaminhadas para o Instituto Butantan, para administração em voluntários no Hospital das Clínicas a partir da próxima terça-feira.

João Doria explicou que se trata de 890 voluntários da cidade de São Paulo, todos médicos ou paramédicos, que estão mais expostos à doença e que formam um grupo com perfis diversificados e, portanto, ideal para fazer a testagem. Procedimentos similares serão feitos noutros centros de pesquisas de outros estados do país, incluindo a capital, Brasília, e os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, envolvendo cerca de nove mil profissionais.

Os testes serão acompanhados por uma comissão de investigadores internacionais, segundo as autoridades de saúde de São Paulo.

A vacina foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e é testada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan.

ZAP // Lusa

 

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