O ministro da Cultura e Desporto de Espanha apresentou a demissão, esta quarta-feira, uma semana depois de ter tomado posse e após ser conhecido o seu envolvimento num caso de fuga ao Fisco.
“Há momentos em que nos temos de retirar, e eu amo a Cultura”, disse Màxim Huerta na conferência de imprensa em que revelou que tinha apresentado a demissão ao primeiro-ministro, Pedro Sánchez, com quem tinha estado pouco antes.
O jornalista, escolhido para a pasta da Cultura e Desporto no novo Governo espanhol, abandona o lugar depois de, no mesmo dia, se ter sabido que tinha liquidado uma dívida de 366 mil euros ao Fisco de uma multa imposta pelo Tribunal Superior de Justiça de Madrid.
Huerta diz “estar inocente” mas acrescenta que decidiu demitir-se para não prejudicar o “projeto renovador” do presidente do Governo espanhol. “Vou-me embora para não permitir que o avolumar do ruído prejudique o projeto de Sánchez, que criou tantas expectativas nas pessoas”, salientou.
Entretanto, fontes do Executivo já confirmaram que José Guirao lhe sucede no cargo. O gestor cultural, diretor-geral de Belas Artes e Arquivos do Ministério da Cultura de 1993 a 1994 e diretor do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia entre 1994 e 2001, irá tomar posse no Palácio da Zarzuela, em Madrid, esta quinta-feira.
Licenciado em Filologia Hispânica, Guirao nasceu em 1959, tendo sido indigitado para o cargo de ministro uma semana depois de o novo Governo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sánchez ter tomado posse.
Na história de Espanha, este Executivo é o que regista o maior número de mulheres (11 em 17 ministérios). O novo primeiro-ministro já tinha afirmado que este é um Governo “comprometido com a igualdade” de género e um “fiel reflexo” do movimento feminista.
Pedro Sánchez tornou-se primeiro-ministro na sequência da queda do Governo do Partido Popular (PP), chefiado por Mariano Rajoy, que foi alvo de uma moção de censura promovida pelo PSOE e aprovada no Parlamento.
A queda do Executivo foi provocada depois de vários ex-membros do PP terem sido condenados a longas penas de prisão, na sequência do esquema de corrupção conhecido por “caso Gürtel”, que ajudou a financiar o partido.
ZAP // Lusa