No segundo dia de debate sobre o Orçamento, o CDS contestou o fim da isenção fiscal para artistas tauromáquicos e acusar o Governo de promover a “ditadura do gosto”. No contra-ataque, a ministra da Cultura foi dura: “Não é uma questão de gosto. É uma questão de civilização e manteremos como está”.
A resposta não só deixou os aficionados e o CDS em estado de choque, como também dividiu o próprio PS. “É este tipo de intolerância que cria os Bolsonaros”, resumiu Manuel Alegre ao Público. Já Sérgio Sousa Pinto foi mordaz: “Não vou comentar por uma questão de civilização”, disse ao Observador.
Ao Expresso, Luís Testa explicou: “Há uma dimensão cultural e social que não pode ser ignorada. Um ministro da Cultura tem de ter respeito por este movimento”, sublinha, criticando ainda uma “globalização da cultura, em que se quer fazer crer que as pessoas são todas iguais, comem todos o mesmo e vivem todas em apartamentos”.
António Gameiro, líder da distrital do PS/Santarém, assinou por baixo: “Discordo completamente da ministra. Não é uma questão de gosto, é uma questão de cultura. A ministra, talvez por viver isolada em Lisboa, não tem noção disso”.
Nem todos concordam com esta interpretação. “Quem se refere com coragem sobre questões com relevo político deve ser elogiado. Tenho a certeza de que não quis insultar ninguém. Tal como ela, nada me move contra as pessoas que são aficionadas, não consigo é arranjar argumentos para considerar civilizado infligir sofrimento a um ser vivo, por mais enraizada e antiga que seja a prática”, disse o deputado socialista Pedro Delgado Alves.
Já Tiago Barbosa Ribeiro concorda. “Estou de acordo com a posição de Graça Fonseca. O combate a todas as formas de maus-tratos contra os animais é uma posição humanista e que honra os socialistas”, argumenta o deputado do PS.
Ainda que diga que não é favor da proibição das touradas, pelo respeito que as populações e aficionados lhe merecem, Ivan Gonçalves, deputado e líder da JS, considera que a eliminação dos apoios públicos à tourada é um imperativo do Estado. “No local em que deu a resposta, da forma que a deu, só posso depreender que aquela é a visão do Governo. E sendo assim, esteve bem ela e o Governo”, remata.
Num momento em que as associações taurinas e milhares de aficionados pedem a demissão da Ministra da Cultura, este momento de fragilidade de Graça Fonseca poderá fazer com que António Costa venha a tomar uma posição perante esta situação, que até agora tem passado ao lado dos seus comentários.
Vai andar tudo à marrada durante uns tempos.
Muito gosta o CDS gosta de deus e de touradas com dinheiros públicos!…
Finalmente. Os meus parabéns à Ministra da Cultura pela coragem de enfrentar o lobby das touradas. Vai ser duro e espero que consiga aguentar. Não há qualquer argumento aceitável para defender o sofrimento animal para gáudio humano.
Acho bem que acabem com os lobbies e defendam os animais irracionais.
Agora falta acabar com os lobbies que atentam contra os animais racionais…