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Ministério da Saúde vai compensar médicos e serviços mais eficientes

António Pedro Santos / Lusa

A chave está em dar “mais autonomia” para que os hospitais possam gerir os recursos humanos, associando essa gestão a incentivos que estarão dependentes da “eficiência conquistada”, defende a ministra da Saúde.

Em 2019, Marta Temido assumiu a hipótese de avançar para a dedicação exclusiva dos médicos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Agora, a ministra fala em “dedicação plena”.

Já sobre as PPP, a ministra da Saúde assume que a regulamentação será feita “no primeiro trimestre deste ano”. Além disso, nega que sejam necessários 20 mil enfermeiros no SNS e diz que a palavra “caos” tem sido demasiadas vezes associada ao SNS não fazendo “jus àquilo que é o esforço diário de centenas de profissionais”.

“Teremos de lhes pedir uma forma diferente de trabalhar”, afirmou em entrevista ao Diário de Notícias, falando em “dedicação plena” e também em “recompensas”, com incentivos financeiros que já são apostas do Governo: nas Unidades de Saúde Familiar (USF) e nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP).

Para Marta Temido, a chave é dar “mais autonomia” para que os hospitais possam gerir os recursos humanos, associando essa gestão a incentivos que estarão dependentes da “eficiência conquistada”.

Para medir a eficiência, além da diminuição das listas de espera, serão valoradas também, por exemplo, a “produção adicional, respostas mais integradas, disponibilização de números de contacto, serviços de contacto, garantia que as consultas são realizadas com hora marcada”.

Sobre se os médicos nesse regime de “dedicação plena” poderão continuar, em simultâneo, a trabalhar no privado a governante responde que “ainda está a ser analisada” essa possibilidade.

Já sobre a proposta do governo de manter os médicos recém-especialistas durante dois ou três anos no SNS, após o término da formação, a ministra diz que ainda não caiu e que é uma ideia que não está “necessariamente ligada à outra”, estando dependente da negociação com os profissionais de saúde.

A avaliação da eficiência de cada unidade e serviço ficará a cargo dos respetivos conselhos de administração.

Marta Temido acrescenta que “nada disto é novo”, sendo um modelo que “já existiu” e que se associa ao “modelo do centro de responsabilidade integrada do Professor Manuel Antunes da cirurgia cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra”.

ZAP //

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