Ministério da Educação burlado em 2,5 milhões de euros. Três transferências para empresa fictícia

Mário Cruz / Lusa

O Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE) foi alvo de uma fraude, que envolveu o pagamento de 2,5 milhões de euros a uma empresa informática fictícia. O presidente do organismo apresentou a demissão.

O IGeFE – instituto responsável pela gestão financeira do Ministério da Educação – foi vítima de uma burla de mais de 2,5 milhões de euros.

Em causa está um pagamento de um serviço a uma empresa informática que foi feito para um IBAN diferente do habitual.

“O Ministério da Educação, Ciência e Inovação teve conhecimento de que o IGeFE foi alvo de fraude, que envolve a transferência de verbas que ascendem a 2,5 milhões de euros, que está já a ser investigada pelas autoridades competentes”, escreveu, esta quarta-feira, o Ministério da Educação, em comunicado.

“Em causa estão três transferências bancárias realizadas este mês para o pagamento a uma empresa que presta serviços informáticos, tendo as verbas sido transferidas para um IBAN de uma outra entidade“, explica.

Como detalha o Jornal de Notícias, a “outra entidade” faz parte de um esquema chamado “CEO Fraud”, onde os burlões se fazem passar por executivos de uma empresa para convencer os funcionários desta a alterarem o destino de transferências legítimas.

Neste caso, um pirata informático, que estava a par dos pagamentos a realizar pelo IGeFE à empresa informática, terá hackeado o sistema informático do organismo e alterado a conta bancária de destino dos mais 2,5 milhões de euros.

A fraude só foi detetada quando a empresa (verdadeira) reclamou a falta de pagamento ao IGeFE.

“Tendo-se apercebido que a empresa que tinha prestado os serviços não estava a receber os pagamentos, o IGeFE apresentou de imediato uma denúncia à Polícia Judiciária, que se encontra a investigar o caso”, lê-se no comunicado.

Entretanto, o presidente do IGeFE, José Manuel de Matos Passos, apresentou a demissão.

O vice-presidente e o vogal do IGeFE vão agora assumir o cargo deixado pelo também professor no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, até à nomeação do novo Presidente do Conselho Diretivo.

ZAP // /