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Milhares de professores vacinados antes de médicos. Presidente do México acusado de fazer política com a vacinação

Carlos Ramirez / EPA

Milhares de professores do ensino público que lecionam nas zonas mais rurais do México foram vacinados contra o novo coronavírus antes dos profissionais de saúde que combatem a pandemia na mesma região.

De acordo com o jornal norte-americano Wall Street Journal, milhares de docentes foram vacinados antes dos profissionais de saúde, apesar de no plano de vacinação oficial do Governo mexicano constar que, nas áreas mais afetadas pela pandemia, médicos, enfermeiros e idosos devem ter prioridade na vacinação.

Os professores destes estados mais rurais, recorda o jornal, são eleitores-chave.

Por este mesmo motivo, os críticos do Presidente e líder do Governo do México, Andrés Manuel López Obrador, acusam-no de estar a fazer política com o processo de vacinação contra a covid-19, que só em território mexicano já matou 180.000 pessoas – é o terceiro país do mundo com maior índice de mortalidade.

Outro aspeto que está a gerar controvérsia é a administração do fármaco: nestes estados rurais, os professores estão a ser vacinados pelos “Servos da Nação” – um grupo de funcionários do Governo que se apresenta com um colete com um emblema nacional gravado – e não pelos profissionais de saúde públicos, tal como dita o plano de vacinação.

Um destes estados-chave é Campeche, cujos eleitores vão ser chamados às urnas no próximo mês de junho no âmbito de eleições intercalares. As últimas sondagens mostram que o partido de Obrador pode conseguir derrubar o ex-governante do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governa Campeche desde o final dos anos 1920.

Os profissionais de saúde mostraram-se desagradados com a prioridade dada aos professores, uma vez que metade dos médicos e enfermeiros de Campeche continua ainda à espera de uma vacina para travar o SARS-COV-2.

A pandemia do novo coronavírus matou pelo menos 2.518.080 pessoas em todo o mundo, desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) registou o início da doença, no final de dezembro de 2019, segundo a informação recolhida pela agência noticiosa AFP.

Mais de 113.374.410 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados desde o início da epidemia, dos quais pelo menos 69.506.100 já são considerados curados.

Os Estados Unidos são o país mais afetado em número de mortes e de casos, com 510.467 mortes para 28.486.575 casos, de acordo com a contagem da Universidade John Hopkins.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Brasil com 252.835 mortes e 10.455.630 casos, o México com 184.474 mortes (2.076.882 casos), a Índia com 156.938 mortes (11.079.979 casos) e o Reino Unido com 122.415 mortos (4.163.085 casos).

ZAP //

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