Relvas perfila-se ao lado de Moedas. “Tem todas as condições para ser líder”, mas não já

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José Sena Goulão / Lusa

Miguel Relvas, ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares

O antigo ministro Miguel Relvas considera que Rui Rio não tem “legitimidade política” para se manter à frente do PSD, ao contrário de Carlos Moedas, que “tem todas as condições para poder ser líder”. Só não é o momento.

Carlos Moedas é o militante do PSD a quem é “mais fácil colocar o selo de ganhador”. Ainda assim, Miguel Relvas entende que não é o momento de o autarca de Lisboa se lançar, ainda que no futuro tenha todas as condições para ser líder do partido.

Em entrevista à Rádio Renascença, o antigo ministro de Pedro Passos Coelho defendeu que o próximo presidente do PSD tem de “voltar a unir o partido” e Carlos Moedas pode não conseguir esta tarefa pela dificuldade de vir a acumular a presidência da Câmara de Lisboa com a do partido.

“O engenheiro Carlos Moedas tem todas as condições para poder ser líder do PSD. Ele tem um problema para ele… ele aliás já assumiu que o seu projeto é Lisboa. Seria muito difícil um presidente de Câmara ser eleito há meia dúzia meses e ser em simultâneo líder do PSD”, assumiu.

“Se ele fosse candidato certamente ganharia as eleições dentro do PSD, não sei se seriam as melhores circunstâncias para ele e para o partido”, acrescentou Relvas.

A “nova geração” de protagonistas laranjas – Luís Montenegro, Miguel Pinto Luz, Jorge Moreira da Silva, Paulo Rangel e Carlos Moedas – tem que trabalhar em uníssono “em prol do PSD para colocar o partido naquele que é o seu lugar”.

Já o eventual regresso de Passos Coelho é uma questão que não se coloca. “O saudosismo não é bom conselheiro nestes tempos difíceis”, justificou o antigo secretário-geral do partido.

Sobre a atual liderança, Miguel Relvas considera que Rui Rio devia sair do cargo mais rapidamente do que o previsto. “O dr. Rui Rio fechou o seu ciclo… Não encontro uma razão política… Não estou a dizer que não tem legitimidade estatutária ou jurídica para continuar na liderança, a questão é de legitimidade política. Ele próprio reconheceu na noite das eleições que não era útil ao partido.”

As próximas diretas do PSD devem realizar-se em junho, com o congresso de confirmação dos resultados a ter lugar em julho, de acordo com as duas propostas que a comissão política de Rio se prepara para apresentar e levar a votação no conselho nacional.

Após a aprovação das datas, o que acontecerá na segunda-feira, é expectável que os candidatos à liderança laranja se apresentem e oficializem os seus planos.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou um Conselho de Estado para o mesmo dia. Questionado sobre este casamento de eventos, Miguel Relvas respondeu que “é mais um dado que aponta à insignificância da liderança do PSD”.

Liliana Malainho, ZAP //

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