O ex-ministro Miguel Macedo foi interrogado durante cerca de seis horas como arguido no caso dos Vistos Gold e ainda vai ter que prestar mais esclarecimentos. Mas, para já, as suspeitas apontam para eventuais favorecimentos a Paulo Lalanda e Castro, o ex-patrão de José Sócrates e arguido com ele na Operação Marquês.
De acordo com o que apurou o jornal Correio da Manhã, “Miguel Macedo é suspeito de ter ajudado o ex-patrão de Sócrates, Lalanda e Castro, num perdão fiscal de um milhão de euros”.
Paulo Lalanda e Castro é o gerente da ILS, a empresa que administra a Octapharma que contratou José Sócrates em 2012 e que surge no meio da investigação da Operação Marquês.
Mas além de arguido no caso que implica também o ex-primeiro-ministro, Lalanda e Castro surge igualmente envolvido na Operação Labirinto que investiga o caso dos Vistos Gold por causa de um contrato assinado por uma das empresas que gere com o Estado líbio.
E no âmbito desta associação de Lalanda e Castro aos líbios surge o envolvimento de Miguel Macedo, que estará “indiciado por favores” ao ex-patrão de Sócrates, conforme aponta o Correio da Manhã.
O ex-ministro da Administração Interna começou a ser ouvido na terça-feira, na qualidade de arguido, estando “indiciado por factos susceptíveis de integrarem os crimes de prevaricação e de tráfico de influência”, conforme nota da PGR.
Miguel Macedo saiu às 21:03 das instalações do Ministério Público na rua Vale do Pereiro, em Lisboa, e vai ser novamente ouvido em “data a designar”, anunciou a PGR.
O inquérito está a ser conduzido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal.
Em 02 de Julho, a PGR esclareceu que o ex-ministro da Administração Interna seria constituído arguido, quando fosse ouvido no âmbito do processo dos Vistos Gold.
O esclarecimento do gabinete de imprensa da PGR foi dado no mesmo dia em que a Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação decidiu levantar a imunidade ao deputado social-democrata Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna, para que seja ouvido como arguido no caso dos Vistos Gold.
A Operação Labirinto, que envolveu buscas e 11 detenções, a 18 de Novembro de 2014, está relacionada com a aquisição de Vistos Gold e investiga indícios de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência.
O caso envolve o antigo director do Instituto dos Registos e Notariado António Figueiredo, a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça Maria Antónia Anes, o ex-director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Jarmela Palos, Jaime Gomes, sócio-gerente da empresa JMF Projects and Business, os funcionários do IRN Paulo Eliseu, Paulo Vieira, José Manuel Gonçalves e Abílio Silva, entre outros.
ZAP / Lusa
Caso Vistos Gold
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Todos para a cadeia. Já ontem era tarde. Deve ter gente a cumprir pena por muito menos e sem ter lesado o estado (contribuintes).
Isto é tudo os mesmos. Sempre os mesmos.