Um dos momentos do debate que juntou os oito partidos com assento parlamentar colocou André Ventura numa posição desconfortável. E até o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, manifestou o seu espanto.
Tudo aconteceu numa altura do debate em que se falou do caso de corrupção na Madeira. André Ventura, líder do Chega, acusou o PSD de ter tido um critério duplo na forma como defendeu a continuidade de Miguel Albuquerque como presidente do Governo Regional da Madeira, depois de ter apoiado a demissão de António Costa no seguimento da Operação Influencer.
As palavras de Ventura levaram Rui Tavares, líder do Livre, a notar uma aparente contradição no líder do Chega quanto ao “discurso sobre a corrupção”.
O líder do Livre realçou que, na Madeira, existe “há décadas” um “excesso de familiaridade entre o poder político e o poder económico“, mas que antes de ter surgido o processo judicial por suspeitas de corrupção, “André Ventura convidou Miguel Albuquerque para ser o principal pilar da sua campanha presidencial”.
Ventura ainda suspirou que era “falso”. E, sentado ao seu lado na sala onde decorreu o debate, Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal, assinalou o momento com um desabafo: “Essa eu não sabia”.
.@ruitavares e a beleza de mandar calar farsistas,
proximamente num parlamento perto de si.
Até @ruirochaliberal vai votar no @LIVREpt pic.twitter.com/6a69cchiFb— Paulo Muacho (@paulovmuacho) February 23, 2024
Mas, afinal, o que Rui Tavares disse é verdade?
É, realmente, verdade que em Agosto de 2020, quando se candidatou à Presidência da República, Ventura enviou uma carta a Miguel Albuquerque a convidá-lo para ser “um dos pilares” da sua candidatura “como Máximo Coordenador e Representante Político“.
Nessa carta que foi divulgada pela Lusa, o líder do Chega que era, então, deputado único do partido, convidou Albuquerque a juntar-se ao “esforço por Portugal e pelo desenvolvimento efectivo da Região Autónoma da Madeira”.
Antes desse convite, Albuquerque tinha defendido que o PSD deveria dialogar com todas as forças políticas, incluindo o Chega.
E em Maio desse ano, o líder do Governo Regional da Madeira também tinha admitido candidatar-se à Presidência da República, criticando o “unanimismo” ao que chamou de “circo montado” entre Marcelo e António Costa.
Pedrada no charco.
Com esta não contavam (nem contava, embora dessa amostra de gente nada me surpreenda).
Infere-se da história, que o apoio de Montenegro, contra tudo e contra todos, a Miguel Albuquerque, também tem muito que se lhe diga e traz água no bico…
Aos poucos, o puzle da tramóia vai-se completando.
Muito me contam…
Não vejo nenhuma contradição… À data não havia nada a apontar, ora essa.
Perseguição contra o Chega?
Qual a duvida?
Não vejo nenhuma contradição… À data não havia nada a apontar.