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Meteorito com 4,6 mil milhões de anos pode revelar as origens da vida na Terra

Um pequeno fragmento de rocha encontrado num campo em Gloucestershire, em Inglaterra, poderá conter informações importantes sobre a formação do Sistema Solar (e as origens da própria vida na Terra).

Segundo o site Science Alert, este pequeno fragmento, que chegou a ser conhecido como meteorito de Winchcombe, pode não ser, afinal, um meteorito comum. Os cientistas estão a conduzir algumas análises para determinar a sua composição, na esperança de aprender mais sobre de onde veio e como se formou.

“A estrutura interna é frágil, porosa, com fissuras e rachaduras”, disse, em comunicado, o microscopista Shaun Fowler, da Universidade de Loughborough, no Reino Unido.

“Não parece ter sofrido metamorfismo térmico, o que significa que estava lá fora, para além de Marte, intocado, desde antes de qualquer um dos planetas ter sido criado, o que nos dá a rara oportunidade de examinar um pedaço de nosso passado primordial.”

Este fragmento, parte do mesmo meteorito que caiu em Winchcombe em fevereiro deste ano, tem cerca de 4,6 mil milhões de anos – mais ou menos a mesma idade do Sistema Solar. Segundo o mesmo site, isto significa que se formou a partir da mesma nuvem de poeira e gás que deu origem ao Sol e aos planetas.

A sua “chegada” a Inglaterra foi recebida com entusiasmo, não só por ter sido o primeiro meteorito a ser recuperado nos últimos 30 anos, mas também por se verificar que era um tipo raro, conhecido como condrito carbonáceo.

A rocha irá passar por várias análises, incluindo microscopia eletrónica, espectroscopia vibracional e difração de raios-X. Estas técnicas vão ajudar os cientistas a revelar a estrutura física da rocha, bem como daquilo que é feita, embora já estejam a par de alguns detalhes.

“A maior parte do meteorito é composta por minerais como a olivina e filossilicatos, com outras inclusões minerais chamadas côndrulos”, acrescentou Fowler.

“Mas a sua composição é diferente de qualquer outra coisa que podemos encontrar na Terra e até de qualquer outro meteorito já descoberto – contém possivelmente alguma química ou estrutura física até então desconhecida e nunca antes vista noutras amostras de meteoritos.”

“Os condritos carbonáceos contêm compostos orgânicos, incluindo aminoácidos, que são encontrados em todas as coisas vivas”, declarou o astroquímico Derek Robson, da East Anglian Astrophysical Research Organization (EAARO), que encontrou o meteorito.

“Ser capaz de identificar e confirmar a presença de tais compostos de um material que existia antes do nascimento da Terra poderá ser um passo importante para entender como a vida começou”, concluiu.

ZAP //

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