O menino japonês que esteve desaparecido durante seis dias, depois dos pais o terem deixado numa floresta de castigo, recebeu alta do hospital esta terça-feira e já contou a sua versão da história.
Yamato Tanooka, o rapaz de sete anos deixado numa floresta de castigo, na ilha japonesa de Hokkaido, já teve alta hospitalar e admitiu que perdoa o pai.
A criança foi deixada pelos pais na floresta, depois de ter estado a atirar pedras a pessoas e carros. Esta foi a forma encontrada pelos progenitores para “disciplinar” o menino mas acabou por não correr como previsto.
Passado cinco minutos, quando voltaram ao local para recolher o rapaz, este já lá não estava. Yamato esteve desaparecido durante seis dias, com as autoridades japonesas envolvidas numa intensa operação de buscas para o encontrar.
Na altura, o caso provocou uma amplo debate no Japão sobre a paternidade, até porque a floresta onde o rapaz foi deixado era conhecida por ser habitada por muitos ursos.
Em entrevista aos jornalistas, o pai de Yamato, Takayuki Tanooka, admitiu que o filho já o perdoou.
“Eu disse-lhe: O pai fez-te passar por um momento difícil. Desculpa-me”, afirmou o homem, de 44 anos, à cadeia televisiva japonesa TBS.
“E então o meu filho respondeu-me: Tu és um bom pai. Eu perdoo-te“, acrescentou.
O menino foi encontrado por militares na passada sexta-feira, numa caserna utilizada pelo exército, a cinco quilómetros do lugar onde os pais o tinham deixado inicialmente.
Segundo o jornal japonês The Mainichi, Yamato contou que perdeu o sentido de orientação de onde estava e caminhou durante cinco horas até chegar à estrutura onde foi encontrado.
O menino recordou que dormiu entre dois colchões, bebeu água de uma torneira dentro da caserna mas que não comeu nada durante os seis dias.
Quando foi encontrado, a criança estava desidratada, desnutrida e apresentava alguns arranhões nos braços e nas pernas.
O médico que o assistiu diz que o rapaz estava “incrivelmente calmo” para quem tinha estado desaparecido durante tanto tempo e que “não entrou em pânico”.
De acordo com a imprensa local, a polícia japonesa afirmou que não vai indiciar os pais pelo ocorrido.
ZAP / BBC