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Medina quer revolucionar transportes com passes sociais até 40 euros

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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa quer verbas do próximo Orçamento do Estado para conseguir uma redução dos preços dos passes sociais na capital.

Numa entrevista ao Expresso este fim-de-semana, Fernando Medina, atual presidente da Câmara de Lisboa, revelou que pretende revolucionar o preço dos transportes públicos na área metropolitana (AML).

O autarca propôs ao Governo a criação de um teto máximo de 30 euros por mês para os passes dentro da cidade e de 40 euros para viajar nos 18 municípios. A ser aceite, o custo do passe social para quem vive fora da capital poderia cair para menos de um terço.

Atualmente, um passe para Carris e Metro dentro da cidade custa 36 euros, o que daria uma redução de seis euros. No caso dos cidadãos que vivem fora de Lisboa, escreve o Correio da Manhã, a poupança seria de quase 120 euros: quem tem passe combinado Fertagus/Carris/Metro e parte de Setúbal gasta neste momento 159 euros. No caso dos que viajam entre Cascais e Lisboa (80 euros), o custo cairia para metade.

Segundo o Observador, o dossier em questão já foi entregue ao Executivo de António Costa com o objetivo de ser incluída no próximo Orçamento do Estado (OE) e tem o apoio dos municípios da AML. Esta medida terá um custo de 65 milhões de euros por ano.

Cerca de 56% de todas as deslocações dentro da AML são feitas em viatura própria. De 1991 para cá, esta situação degradou-se sistematicamente, com perda do transporte público e reforço do transporte individual”, explicou Medina ao semanário.

A proposta quer abranger toda a AML com preços acessíveis e incentivar e melhorar a utilização das “condições para as cerca de 700 mil pessoas que hoje já estão integradas no sistema de passes intermodais” e ainda integrar as “900 mil pessoas que estão fora”, cita o jornal online.

No seu habitual espaço de comentário de domingo à noite na SIC, Marques Mendes considerou que a medida proposta por Medina para reduzir o preço dos passes sociais “é uma boa ideia, mas soa a eleitoralismo“, cita o Expresso.

“Usar mais os transportes públicos pode resolver o problema do trânsito na grandes cidades. Mas quem paga? Faz sentido esta medida ser incluída no Orçamento do Estado e uma pessoa que é de Bragança pagar por um serviço que não usa?”, questionou.

“Não é justo. Fazer propostas que os outros pagam é fácil e barato”, disse o  antigo líder do PSD no canal televisivo, acrescentando que “parece que se está a viver numa espécie de forrobodó orçamental“.

“Estamos num período de vacas gordas: qualquer coisa o Orçamento dá, o Orçamento suporta. Tudo se vai buscar ao Orçamento. Convinha pensar não só na próxima semana ou mês, mas nas próximas gerações”, disse ainda.

Marques Mendes revelou ainda ter apurado junto de fonte próxima que esta é uma medida que agrada ao Governo e que “se avançar para a área metropolitana de Lisboa, também vai acontecer na área metropolitana do Porto“.

ZAP //

8 Comments

  1. Este Medina… Até aqui apenas o tinha como vigarista com as jogadas dos imóveis em Lisboa…
    Agora começo a pensa que para além de vigarista é também um palhaço.

    Caro Medina. É fácil fazer obra com o dinheiro dos outros. Mas como compreenderá o resto do país não quer participar ativamente na sua campanha. O senhor quer pôr todos os portugueses a pagar os passes dos munícipes da grande lisboa. Pois vá passear! Gostava mais de o ter apenas enquanto vigarista. Dispenso este sua faceta de palhaço.

  2. Vejam este invertebrado …
    Quer que as verbas do próximo orçamento de estado ( receita provenientes de TODOS os portugueses ) sirvam para ele reduzir o valor dos passes em Lisboa.
    O problema é que não conta a história toda. Vai também reduzir drasticamente a atribuição destes passes sociais.
    Este nojento é o tal que é contra a redução dos juros da energia de 23% para 6% !!

  3. Este homem é de uma inteligência invulgar.
    Só não explica quem vai pagar as diferenças, pois é, mais um a dar a palmada no Zé que trabalha e que não dispõe da rede de transportes que tem Lisboa.
    Como a diferença é para ser compensada pelo Orçamento do Estado, quer dizer que todos todos vamos pagar para o benefício de alguns.
    O Sr. Presidente da República, devia condecorar este homem, pela ideia luminosa que teve.
    Ainda não ouvi ou li, deputados a colocar os pontos nos iii., tirando o Jerónimo e a Catarina, mas estes já são irresponsáveis de nascença.

  4. Ora aqui está uma ideia genial e socializante! Os portugueses vão todos pagar, os lisboetas claro vão aplaudir pois a vidinha vai-lhes ficar mais barata enquanto o resto do país vai contribuir para um bem a que não tem acesso o que quer dizer que vai passar a haver ainda mais diferença social, perante tal situação nada como taxar aos lisboetas a água, a electricidade e todos os bens de consumo que para lá enviamos e recuperarmos assim o saque do senhor Medina e companhia.

  5. Sendo de estranhar que também a C.M. do Porto alinhe na ideia, será interessante vir a saber o que será decidido (com verbas do O.E. …).
    Calculo que o governo (com as suas bengalas) aprove e que – em simultâneo -destine verbas para mobilidade dos cidadãos “saloios”, muitos (milhões ) dos quais não têm “passe” nem transportes públicos.
    Interessante seria a atribuição de uma bicicleta a cada família que inclua um cidadão com 2 pernas, assunto a gerir pelas Juntas de Freguesia (descentralização …)
    É claro que não nos esquecemos de que os eleitores “convenientes” estão nas regiões de LISBOA e Porto

  6. Bom, eu sou da região de Lisboa e não uso transportes públicos faz muitos anos, mas creio que esta seria uma medida positiva. Apenas não sei se o financiamento deveria ser directamente do orçamento de estado, mas sim pago pelo orçamento das câmaras da zona metropolitana de Lisboa abrangidas por esta medida.
    O peso que cada uma das câmaras teria de suportar para financiar esta medida teria de ser estudado, mas deveria ter em conta a população beneficiada por cada câmara. Sendo que a Câmara de Lisboa, sendo a mais beneficiada por esta medida, deveria ser a que mais contribuiria.
    De qualquer das formas, parte da verba terá de vir através de transferências desde o orçamento de estado para as câmaras através da descentralização de competências, e outro componente importante que tem a ver com o facto de esta ser uma medida potenciadora de redução de poluição e dependência energética nacional, pela redução do consumo de combustíveis fosseis.
    Mas não faz sentido aplicar esta medida sem por outro lado aumentar de forma considerável as coimas a aplicar a quem viaja sem título de transporte válido, com fim a por fim aos milhares de “borlistas” que utilizam os transportes públicos sem nada contribuírem.

    • “…mas sim pago pelo orçamento das câmaras da zona metropolitana de Lisboa abrangidas por esta medida.”
      O senhor não percebeu o essencial. Este homem está a fazer campanha à custa do resto do país. Ele não está interessado em obter votos com o dinheiro da CML. Está interessado em fazê-lo com o dinheiro de todos os portugueses, via orçamento. Segue as pisadas do Costa que apenas acertou as contas da CML por causa do dinheiro dos terrenos do aeroporto. O percurso é o mesmo. E pelo meio ainda ambos lucraram com a especulação imobiliária, ainda que defendendo o seu fim. Enfim… hipócritas.

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