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Medina confirma que ex-vereador Manuel Salgado é um dos visados na investigação da PJ

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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa confirmou, esta terça-feira, que um dos visados na investigação da Polícia Judiciária (PJ) a suspeitas de crimes de abuso de poder e corrupção é o ex-vereador do Urbanismo Manuel Salgado.

Questionado se o ex-vereador do Urbanismo Manuel Salgado é uma das pessoas que está a ser investigada, Fernando Medina disse que “isso foi confirmado pela própria Polícia Judiciária, no comunicado que fez”.

Os oito inquéritos de investigação “correspondem a operações durante o período de trabalho do [antigo] vereador Manuel Salgado”, acrescentou o presidente da Câmara de Lisboa, que falava aos jornalistas no exterior dos Paços do Concelho.

O autarca socialista quis reforçar que nenhuma pessoa visada nas investigações “ocupa hoje funções no Executivo” e disse estar “tranquilo” em relação a estas buscas.

Estou tranquilo com tudo aquilo que conheço e que tenho dever de acompanhar”, afirmou Medina, citado pela RTP, acrescentando que a autarquia está a “colaborar de forma muito ativa e muito clara” com o Ministério Público e com a Polícia Judiciária, para que “tudo se esclareça” ede forma a “garantir a confiança e a idoneidade da Câmara e dos seus serviços”.

Em causa estão as buscas realizadas pela Polícia Judiciária, esta terça-feira, em instalações da Câmara Municipal de Lisboa, no Campo Grande e Paços do Concelho, após denúncias no âmbito de diversos processos urbanísticos.

Segundo a PJ, “estarão em causa suspeitas da prática de crimes cometidos no exercício de funções públicas, relacionados com a área do urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, nomeadamente, abuso de poder, participação económica em negócio, corrupção, prevaricação, violação de regras urbanísticas e tráfico de influências”.

Moedas diz que esta suspeita “corrói” a democracia

“Não são apenas os comportamentos do ex-primeiro-ministro José Sócrates que corroem o funcionamento da democracia. A suspeita em volta da atuação política na CML também corrói e, a confirmar-se, revela uma forma de governar a cidade que considero absolutamente inaceitável“, afirmou Carlos Moedas, num comunicado enviado às redações.

Na mesma nota, o candidato da coligação PSD/CDS-PP à autarquia lisboeta disse esperar que “as diligências efetuadas contribuam para apurar toda a verdade em relação a casos de gestão urbanística que há vários anos têm vindo a levantar suspeitas sobre a prática política” da Câmara.

“Até lá, enquanto o processo de investigação evolui, há uma sombra que paira sobre a prática de atos quotidianos da maior relevância e centenas de funcionários municipais ficarão fortemente desmotivados no exercício das suas funções”, salientou.

Moedas reforçou ainda que “o sistema não deve funcionar de forma pouco transparente, com base em favores e amiguismos”, acrescentando que “estas dúvidas minam a confiança dos cidadãos e dificultam as mudanças necessárias de comportamento e cultura política”.

ZAP // Lusa

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