O grupo Médicos Pela Verdade, que contesta a gravidade da pandemia, suspendeu no domingo as redes sociais e o site do movimento, deixando visível para os visitantes apenas um comunicado com uma mensagem de despedida.
No Facebook, o coordenador Alfredo Rodrigues confirmou o encerramento do grupo “tal como se conhecia”, por “alguns membros” terem “de sair devido à perseguição e a sofrimento”, noticiou esta terça-feira o Observador. O movimento é contra a utilização de máscaras e isolamento de assintomáticos e contesta a utilização de testes PCR.
O comunicado aponta um “ambiente concentracionário e repressivo”, “acentuado desde a fundação”, contrariando a vontade do grupo “em divulgar ciência e em expor alternativas” através “de artigos de revisão de trabalhos científicos de alta qualidade”.
“Todos, mesmo aqueles que não o querem ou não o sabem ser. Porque a liberdade é como o ar, respira-se; porque o pensamento é livre e porque o verbo é a mais poderosa das armas e o verdadeiro portador da luz, continuaremos do vosso lado doutra forma com outra tática mas sempre com a determinação e coerência que nos caracterizam”, lê-se.
“Chegámos ao limite do sofrimento”, disse Alfredo Rodrigues, indicando que “havia médicos na linha da frente” a lutar pelos seus ideais, “mas a esmagadora maioria dos membros do grupo falhou sempre, quando era necessário estar presente”. “Tendo em conta o desgaste e os resultados que obtivemos junto à população vamos ter de repensar a nossa forma de estar”, revelou ainda o responsável.
Para o coordenador, o Governo trata os cidadãos de maneira “totalitária e autoritária”. “Esta nação não é uma nação, é uma amálgama de gente em que cada um faz o que puder para lixar o próximo”, havendo quem persiga “outros que não usam máscaras”. “Não querem saber o que está por detrás desta loucura, obedecem cegamente e aproveitam este apoio dado pelas autoridade”, sublinhou.
O grupo vai continuar, afirmou Alfredo Rodrigues, mas repensando “a forma de estar na crise”. Na próxima semana haverá uma reunião para decidir “o que vai acontecer, se é que vai acontecer alguma coisa” ao movimento, que em outubro viu a Ordem dos Médicos abrir um processo para o investigar.