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Médicos Sem Fronteiras acusados de recurso a prostitutas e assédio sexual

nesimo / Flickr

Médicos Sem Fronteiras (MSF)

Ex-trabalhadoras da ONG Médicos Sem Fronteiras revelaram que o recurso a prostitutas era recorrente. A troca de medicamentos por sexo foi outra das alegações feitas em relação ao pessoal de logística.

Antigas funcionárias da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciaram ao programa de Victoria Derbyshire, da BBC, que muitos trabalhadores humanitários recorreram a prostitutas locais nas suas missões em vários países africanos.

As acusações são dirigidas à equipa de logística e não aos médicos ou enfermeiros daquela que é uma das maiores agências de ajuda internacional.

De acordo com o Expresso, uma das denunciantes afirmou que um superior seu dava medicação em troca de sexo. Por sua vez, uma outra garantiu que o recurso a prostitutas locais era recorrente e “generalizado”.

“Ele sugeria que muitas raparigas jovens que perderam os pais durante a crise do Ébola fariam qualquer coisa sexual em troca de medicamentos”, disse uma das testemunhas, referindo-se a um dos colegas.

Uma das testemunhas chegou, inclusivamente, a ver um dos membros mais velhos da equipa a levar raparigas para o alojamento da MSF. “As raparigas eram muito novas e havia rumores de que eram prostitutas”, disse.

Uma terceira afirmou que tanto o assédio sexual (de que ela própria foi vítima) como a troca de medicamentos por sexo são comportamentos “endémicos” que fazem parte da própria instituição.

O programa da BBC conversou com oito mulheres que trabalharam para os Médicos Sem Fronteiras em várias secções europeias e africanas.

A instituição negou, afirmando que não tolera “abuso, assédio ou exploração” e que o recurso a prostitutas é banido pelo seu estrito código de conduta. E acrescentou que “lamenta quaisquer casos em que pessoas tenham sofrido assédio, abuso ou de outra forma de maus tratos”.

Segundo o Observador, em fevereiro, e depois das alegações de que funcionários da Oxfam contrataram prostitutas enquanto trabalhavam no exterior, a Médicos Sem Fronteiros admitiu ter demitido 19 funcionários por assédio sexual no ano passado.

ZAP //

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