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Médica demitida após partilhar mensagem de ódio e dados sigilosos de mulher de Lula

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Heinrich Aikawa / Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-primeira-dama, Marisa Letícia (esq)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-primeira-dama, Marisa Letícia (esq)

Uma médica do hospital de São Paulo onde a ex-primeira-dama brasileira Marisa Letícia esteve internada foi demitida depois de ter partilhado no WhatsApp mensagens de ódio e informações sigilosas acerca da mulher de Lula da Silva.

No passado dia 24 de janeiro, a ex-primeira-dama do Brasil, Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Lula da Silva, sofreu um Acidente Vascular Cerebral, que ocorreu no apartamento onde vive em São Paulo.

Marisa Letícia foi transportada para o Hospital Sírio-Libanês, na mesma cidade, onde chegou ainda consciente e foi operada de emergência, tendo ficado internada na Unidade de Cuidados Intensivos do hospital paulista.

Depois de na passada quarta-feira o quadro clínico da ex-primeira-dama se ter agravado subitamente, esta quinta-feira Marisa Letícia foi declarada morta.

De acordo com o jornal O Globo, poucas horas após o internamento de Marisa Letícia, a médica reumatologista Gabriela Munhoz, de 31 anos, terá partilhado informações sigilosas acerca do diagnóstico de Marisa Letícia, num grupo de médicos amigos no WhatsApp.

Através do chat da aplicação, a médica terá confirmado que a ex-primeira-dama estava no pronto-socorro com diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral hemorrágico de nível 4 na escala Fisher, um dos mais graves. A notícia espalhou-se em outros grupos do WhatsApp.

No dia do internamento de Letícia, o boletim médico divulgado pelo hospital falava em hemorragia cerebral por ruptura de um aneurisma, mas não tinha detalhes do diagnóstico.

A mensagem foi partilhada no grupo ‘MED IX‘, uma referência à turma de estudantes de Medicina de 2009 da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, e rapidamente se espalhou em outros grupos de WhatsApp.

De acordo com o Código de Ética Médica brasileiro, os profissionais de saúde não podem permitir o acesso de terceiros a prontuários de pacientes.

Nas mensagens partilhadas, a médica diz que Marisa ainda não tinha sido levada para a UCI, e um colega de Gabriela Munhoz, médico urologista, comenta: “Ainda bem!“. A médica responde com risos.

Outro médico do grupo, o neurocirurgião Richam Faissal Ellakkis, também comentou o quadro clínico de Marisa Letícia. “Esses fdp vão embolizar ainda por cima“, escreveu.

O procedimento de embolização só é recomendado em pacientes em que a cirurgia pode ser muito arriscada, e implica o estrangulamento de um vaso sanguíneo para diminuir o fluxo de sangue em determinado local.

O Hospital Sírio-Libanês argumenta que a tomografia de Marisa Letícia não foi realizada na sua unidade, e que não é responsável pela divulgação dos dados. Na ocasião, a unidade hospitalar divulgou uma nota afirmando que “zela pela privacidade de seus pacientes”.

Na noite desta quarta-feira, o Hospital enviou uma nota oficial ao jornal O Globo, na qual adianta que a médica reumatologista foi demitida “por causa da partilha de informações sigilosas”, embora não tenha informado a data em que isso aconteceu.

ZAP // Ciberia / O Globo

3 Comments

  1. É o que faz as pessoas servirem-se das novas tecnologias de comunicação para descarregar tudo o que lhes vai na alma seja da sua vida privada seja da vida dos outros, todo este descaramento e libertinagem é bom que comece a ser devidamente punido porque caso contrário a vida privada de cada um começa sem sua autorização a andar nas bocas do mundo e outros lá andam por pura ingenuidade.

  2. Não há duvida que os brasileiros tem um problema grave com Internet – não conseguem evitar de a encher com lixo ou até com com informação sigilosa (como foi o caso), indo contra todos os princípios e ética da profissão!
    Pelos vistos, é um virus que atinge não só o menos letrados, como até os médicos!…

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