O uso da máscara de proteção vai ser obrigatório, até ao final de agosto, em “todos os espaços fechados e partilhados” das empresas em França.
“É necessário sistematizar, conforme preconiza o Conselho Superior de Saúde Pública, o uso de máscara em todos os espaços de trabalho que sejam fechados e partilhados” por várias pessoas, tais como “salas de reuniões, corredores, vestiários ou open spaces“, sublinhou a ministra do Trabalho, Elisabeth Borne, após uma reunião com os parceiros sociais.
A medida foi decidida devido ao risco de disseminação da covid-19 através dos aerossóis (gotículas finas suspensas no ar), sendo que, até agora, o uso da máscara no trabalho era apenas recomendado quando era tecnicamente impossível cumprir o distanciamento de um metro entre cada pessoa.
A ministra acrescentou que o custo deste “equipamento de segurança pessoal”, cirúrgico ou de tecido, será suportado pelo empregador.
Outras medidas deverão ser definidas para os trabalhadores sazonais e as empresas que trabalham com frigoríficos, que se revelaram fontes de contaminação, disse o sindicalista Yvan Ricordeau, da Confederação Francesa Democrática do Trabalho, também presente na reunião.
O sindicalista admitiu ter ficado satisfeito com a obrigação de uso generalizado de máscara nas empresas. “Para manter a produção, devem ser fornecidos elementos de segurança aos funcionários”, afirmou.
Esta medida ficará registada “nos próximos dias” num “protocolo nacional para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores durante o período da covid-19”, referiu a governante, admitindo que poderá haver “isenções” para algumas empresas em função do desenvolvimento da crise sanitária, do tipo de instalações comerciais e do conselho das autoridades de saúde.
No que se refere ao teletrabalho, Elisabeth Borne assegurou que as regras irão manter-se.
“O teletrabalho deve ser recomendado nas zonas onde o vírus circula ativamente”, afirmou, instando os parceiros a acelerar negociações para que seja possível trabalhar remotamente onde for necessário com a maior rapidez possível.
França é o terceiro país da Europa com o maior número de vítimas mortais, contabilizando 30.429 mortos, em cerca de 331 mil casos, apenas atrás do Reino Unido (41.369 mortos, mais de 319 mil casos) e de Itália (35.400 mortos, mais de 254 mil casos).
Na semana passada, França, juntamente com Malta e Países Baixos, entrou na “lista negra” do Reino Unido que impõe uma quarentena obrigatória para aqueles que chegam ao território britânico a partir destes países, nos quais se inclui ainda Portugal.
O Governo francês adotou, entretanto, medidas semelhantes para mostrar que os britânicos também têm interesse em manter a livre circulação. “Não podemos ficar impassíveis perante decisões unilaterais”, disse o secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus, Jean-Baptiste Lemoyne, também responsável pelo Turismo.
ZAP // Lusa