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Marcelo arrasa pacote de habitação do Governo. “É inoperável” e “uma lei cartaz”

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Rodrigo Antunes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

“Tal como está concebido, logo à partida, o pacote da habitação é inoperacional. Quer do ponto de vista de partida, quer no ponto de chegada”, disse na segunda-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

As declarações do chefe de Estado surgiram na Redação Aberta, que assinalou os 44 anos do Correio da Manhã e os 10 anos da CMTV, quando foi questionado sobre se vai ou não vetar os diplomas do Mais Habitação, o programa do Governo.

Na opinião de Marcelo, o pacote é “inexequível”, tendo comparado a proposta em fase final de consulta pública a algo que lhe ensinaram na Faculdade de Direito.

“Na aprendizagem que fazíamos da feitura das leis, havia as chamadas leis cartazes. São leis que aparecem a proclamar determinados princípios programáticos, mas a ideia não é propriamente que passem à prática”, explicou.

“No curtíssimo prazo, [uma lei cartaz] é um polo que fixação por aquilo que promete. No virar da esquina, convertida em inexequível, significa que se levantaram expetativas que se frustram instantaneamente”, continuou.

No seu ponto de vista, “era preferível não ter levantado as expetativas, pois existindo um problema real e sendo a aparente solução inexequível, era melhor não termos falado nisso”.

Marcelo lamenta sociedade civil fraca

No final da conferência da Business Roundtable Portugal (BRP), que decorreu também na segunda-feira na Nova SBE, em Carcavelos, Marcelo afirmou que “a sociedade civil é muito fraca”, elogiando a ação da entidade, que foi lançada com o objetivo de promover o crescimento do país.

“Conseguiram chegar mais longe na base de qualidade do estudo e das propostas e isto em Portugal é muito raro. Ninguém ganha com o querer triunfar isolado”, referiu o chefe de Estado, sublinhando que, “ao contrário do que é habitual em Portugal”, a associação só quis falar de resultados palpáveis.

O Presidente da República, citado pelo Negócios, notou que Portugal “tem coisas fantásticas, mas também problemas”.

“O primeiro é que fomos a primeira monarquia absoluta da Europa. Estado, Estado, Estado, tudo dependia do Estado. Chegamos a uma economia semelhante às outras no final do século XX, portanto, isto cria uma cultura cívica que não se muda. A sociedade civil é muito fraca”, criticou.

“Há uma parte do país – grande – que quando vê um problema económico diz: o Estado resolve. Se não é o Estado, é o município, se não é o município é a freguesia”, apontou, salientando que o BRP teve o “grande mérito de pegar apenas em pontos racionais”.

Marcelo frisou ainda: se há quem é portador de ideias de mais sociedade civil, mais abertura em termos económicos, sociais e culturais são os mais jovens. Os mais velhos acomodam-se”.

A BRP, composta por 42 líderes empresariais, foi lançada em 2021 para promover o crescimento do país.

ZAP //

16 Comments

  1. Infelizmente temos uma classe política fraquíssima, desde as suas origens no final da monarquia… O que se vê é enriquecimentos ilícitos, luvas, burlas, falsidades e mentiras, para além do sempre presente nepotismo e uma sede inextinguível de poder e (claro) dinheiro… Se houvesse cotas para progredirem na carreira de políticos e se fossem responsabilizados e julgados pelos erros cometidos a governar talvez as coisas endireitassem! Assim, temos é uma sociedade civil fraca, mas um PR que é craque a tirar selfies…

  2. “A sociedade civil é muito fraca”. “Eram tantos a berrar chega de estado e agora é vê-los a a virarem-se para o estado e a dizer: Ó papá salva-nos! “`´. Pois D. Januário Torgal é que sabe!

  3. Os pobres e os conscienciosos, os que não conseguiram comprar casa a preços exorbitantes ou que optaram por não o fazer porque sabiam que estávamos (e estamos…) perante uma bolha especulativa e as taxas de juro iriam inevitavelmente subir, vão agora ter de pagar as casas dos ricos, dos irresponsáveis e daqueles que quiseram dar um passo maior que a perna, continuando eles próprios sem qualquer apoio.
    Na Venezuela não faziam pior…

  4. A classe politica não é fraca, nem fraquissima, faz exactamente o que está formatada para fazer, eles não estão a ser eleitos para defender o povo ou fazer o que é melhor para o país. São eleitos primeiro para beneficiar o partido e tentar que o mesmo tenha mais votos e ganhe mais dinheiro, em segundo por interesses proprios e de proximos, depois para arranjar tachos para os boys do partido e assim aumentar os braços do polvo. Os problemas do pais tentarão ser resolvidos se não interferirem com nenhum dos anteriores. já temos quase 50 anos disto ja deviamos saber como funciona, temos um Estado lento, caro e ineficiente . estamos a ser ultrapassados rapidamente por novas democracias . Somos os idiotas uteis neste sistema que os rege

    • Era bom …..que o termo de “Idiota Útil” fosse un termo singular a sua propria Pessoa . Quanto ao facto que somos uns Contribuintes explorados e mal assistidos nas areas Sociais fundamentais , concordo com a sua constatação ! …… Mas não me considero “Idiota” !

      • Atento, mas deveria considerar-se, também, como todos nós, um “idiota útil”, pois de contrário terá de ser um “idiota inútil”, que ninguém pode ausentar-se ou rejeitar-se de ser um idiota! Somos TODOS idiotas, TODOS: eu, o atento, o fulano de cima, o sicrano de baixo; o espanhol, o inglês, o francês; o homem, a mulher, etc., TODOS, repito, e acredite-me ou creia-me – com ou sem fé – pois não sou mentiroso.

      • Atento, falo por mim, por si e por todos. Numa sociedade — sim, eu sei a distinção entre sociedade e comunidade e que ambas não são sinónimos — não se vai falar no particular (eu) mas no conjunto (eu, tu, ele, etc…), ou seja, aplicamos o verbo ser: EU sou um idiota, TU és um idiota, ELE, NÓS, VOS E ELES são uns idiotas, somos TODOS uns idiotas. Vá, Atento, não queira ser diferente, se faz favor. 🙁

  5. Se o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa sente tanta vocação para primeiro ministro, tem apenas de apresentar a sua demissão de PR, procurar a chefia do PSD ou do Chega, e depois concorrer às eleições. Se ganhar, poderá satisfazer a sua vocação de primeiro ministro. Se não quer fazer isso, o melhoe é calar-se pois já estamos todos um bocadinho fartos de o ouvir…

  6. Sô professor,
    Dê já em cima deles!
    E dê-lhe forte, que eles merecem!
    À pala de uma maioria absoluta obtida pela reação dos clientes do sistema, borrados que estavam porque voltava aí a direita ( o Rui Riu tem muita culpa ao preparar-se para ajudar o Costa a sair com dignidade, convencido duma realidade que nada tinha de real e os jornaleiros têm mais culpa ainda, por aventarem aos sete ventos uma outra realidade baseada em números troncados, que tinha tudo de alternativa…) estes artistas têm afundado a nossa economia e esmagado os contribuintes com os impostos !
    Cambada de incompetentes e esbanjadores de dinheiros públicos! Vão trabalhar!
    Olhem que lá vai a Tap a tentar descolar do bolso do contribuinte!
    Olhem que aí vem a JMJ toda engalanada a preço de ouro para católico ver!
    Sõ professor,
    Assim não dá!
    Para quando a bomba atómica?!

    • Em 2014 foi assinado um diploma que já previa muitas das mediadas agora em discussão não por três marxistas ignorantes, mas por três pessoas sábias, e creio que nenhuma delas marxistas: em primeiro lugar, pela presidente da Assembleia da República de então, Assunção Esteves; foi promulgado pelo professor Aníbal António Cavaco Silva, o sábio dos sábios, e creio que seria uma enorme injustiça dar-lhe qualquer veleidade de marxista; e, finalmente, foi referendado pelo não menos sábio, Pedro Passos Coelho, que seguramente não é marxista
      Aonde andava o comentador Marcelo?

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