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Marcelo pede aos jovens que facilitem vacinação em “corrida contrarrelógio”

António Cotrim / Lusa

O Presidente da República fez esta terça-feira um apelo aos jovens para que não deixem de se vacinar e adequem a habitual mobilidade no período do verão para facilitar um processo de vacinação em “corrida contrarrelógio”.

Em resposta a questões dos jornalistas, à margem de uma conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que os números da covid-19 em Portugal estão “muito longe” dos que o levaram a declarar o estado de emergência e voltou a afastar um regresso a esse quadro legal.

“As situações são diversas, e a explicação é uma: chama-se vacinação. E o caminho fundamental é esse. A solução para a pandemia, a solução duradoura, a solução definitiva chama-se vacinação. As outras soluções são soluções que são encontradas pontualmente, temporariamente, mas a única que é verdadeiramente de efeitos mais longos e eficazes é a vacinação”, defendeu.

Segundo o chefe de Estado, “a aposta na vacinação é a grande aposta neste momento”, com o avanço da “segunda toma dos maiores de 60 anos, que correspondem aos grupos de risco de que se tem falado tanto, e a aposta na vacinação dos mais novos”, num período de “menos de dois meses”.

É uma corrida contrarrelógio, é óbvio, até porque não é fácil, estamos na transição para o verão, e isso dá mudanças de residência, as pessoas têm uma mobilidade e os jovens têm uma mobilidade muito grande. Portanto, há aqui um apelo que eu queria fazer aos jovens: vacinem-se, facilitem a vacinação“, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que sabe que os jovens “se movimentam muito, no período do verão ainda mais”, mas insistiu para que “não deixem de se vacinar, porque também isso ajuda a resolver o problema que é o do número de casos, que é um número muito invocado no dia a dia e que naturalmente preocupa as pessoas”.

Cerca de 30 mil vacinas em São Miguel nos Açores

O secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores disse também esta terça-feira que haverá um “reforço significativo” de vacinação contra a covid-19 na ilha de São Miguel, nos próximos dias, com a administração de cerca de 30 mil doses.

“Estamos a falar de cerca de 30.000 vacinas que estão em São Miguel para serem administradas nos próximos dias. Há um reforço significativo para a ilha de São Miguel, que é a ilha onde há neste momento essa necessidade”, avançou, em declarações à Lusa, o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses.

Segundo o governante, chegaram aos Açores mais 17.550 doses de vacinas da Pfizer contra a covid-19, que serão administradas em São Miguel, a maior ilha dos Açores que vai receber, ainda, 5.850 vacinas da mesma farmacêutica que estavam na ilha Terceira e 3.200 vacinas da Pfizer de outras ilhas.

Somando a este reforço as cerca de 4.000 doses da Janssen (de toma única) que já estavam na ilha de São Miguel, serão administradas nos próximos dias cerca de 30 mil doses, revelou Clélio Meneses.

Os Açores registaram, nas últimas 24 horas, 43 novos casos positivos de covid-19, 42 dos quais na ilha de São Miguel, informou a Autoridade de Saúde Regional.

Na segunda-feira, a Autoridade de Saúde informou que os Açores registavam 27 novos casos de covid-19, 26 dos quais em São Miguel.

Segundo o presidente da secção regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros foram já contratados, nas ilhas Terceira e São Miguel, 30 profissionais de uma bolsa com cerca de 200 para reforçar a vacinação contra a covid-19 nos Açores, em serviço extraordinário.

No próximo fim de semana arranca, na ilha de Santa Maria, a administração da segunda dose da vacinação em massa de cinco das seis ilhas sem hospital dos Açores (no Corvo já tinha decorrido em fevereiro e março), depois de uma operação que contou com a colaboração de uma equipa de nove militares disponibilizada pelo Ministério da Defesa Nacional.

Com exceção da ilha das Flores, as ilhas sem hospital já atingiram 70% de população com pelo menos uma dose de vacinas contra a covid-19, segundo o secretário regional da Saúde.

O governante mantém a intenção de alargar essa percentagem a todas as ilhas (com vacinação completa) até ao final de julho.

“Esperemos que não haja uma falha, mas a haver será por dias. O nosso esforço é no sentido de garantir que até final de julho estejam 70% vacinados, para que a meados de agosto haja a imunização e possamos voltar à normalidade possível”, frisou.

O governante disse “há sempre um atraso ou outro” na entrega de vacinas, mas reforçou que “da parte da task force tem havido uma sensibilidade” para a realidade dos Açores.

“Estamos a fazer um esforço para, em conjunto, conseguirmos que elas vão chegando conforme desejamos. Se houver um atraso, obviamente fica posto em causa todo o processo”, afirmou.

Até 17 de junho, foram administradas 187.119 doses de vacinas contra a covid-19 nos Açores, havendo 109.258 pessoas com pelo menos uma dose (45% da população, segundo dados da Portada de 2019) e 77.861 pessoas com a vacinação concluída (32%).

Os Açores têm atualmente 312 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, dos quais 287 em São Miguel, 11 na Terceira, 10 no Faial, um em São Jorge e um em Santa Maria.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 6.165 casos de infeção, tendo ocorrido 5.685 recuperações e 33 mortes. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 80 pessoas e 55 apresentaram comprovativo de cura anterior.

Em Portugal, já morreram mais de 17 mil doentes com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 866 mil casos de infeção com o novo coronavírus, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

ZAP // Lusa

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