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Vice-almirante Henrique Gouveia e Melo é o novo coordenador da Task Force

Marinha Portuguesa / Facebook

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, novo coordenador da task-force para o Plano de Vacinação contra a covid-19

O vice-almirante Gouveia e Melo, adjunto para o Planeamento do Estado-Maior-General das Forças Armadas, vai ser o novo coordenador da task force para o plano de vacinação contra a Covid-19, após a demissão de Francisco Ramos.

Henrique Gouveia e Melo era o número dois da estrutura. A decisão foi tomada numa reunião com a ministra da Saúde, Marta Temido. O militar faz ainda parte da estrutura de monitorização do estado de emergência do Ministério da Defesa.

Já foi porta-voz da Marinha e, em janeiro de 2020, tomou posse como adjunto para o Planeamento e Coordenação do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Segundo o CM, o vice-almirante é considerado uma das “mentes brilhantes” das Forças Armadas, tendo no combate à covid-19 auxiliado através de fórmulas matemáticas a gestão de camas hospitalares.

Destacado submarinista, comandou ainda fragatas e, nos gabinetes, chegou a ser porta-voz da Marinha no início do século. Esteve ainda na Autoridade Marítima, foi chefe de gabinete do Chefe do Estado Maior da Armada e, em 2017, nomeado comandante naval, de onde destacou para o Estado-Maior-General das Forças Armadas.

Após a demissão de Francisco Ramos, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu querer as Forças Armadas no epicentro do planeamento e logística da vacinação covid-19.

O Presidente da República, que em sucessivas renovações do estado de emergência abriu espaço para que as Forças Armadas (FA) pudessem ser chamadas ao controlo da pandemia, defendeu que a saída de Francisco Ramos, deveria ser aproveitada pelo Governo para reforçar o papel dos militares nesta frente.

“Se há coisa de que os militares percebem é de planeamento e logística”, afirma fonte próxima do Presidente da República, de acordo com o Expresso.

Gouveia e Melo será mais um reforço de peso, uma vez que as Forças Armadas já a estão a apoiar o Ministério da Saúde no planeamento e logística da distribuição da vacinas desde 28 de dezembro, quando foi anunciada a disponibilização de 11 militares.

Um comunicado do Estado-Maior-General das Forças Armadas informou na altura que “na sala de situação do Ministério da Saúde encontram-se três militares que realizam aconselhamento e apoio à decisão ao secretário de Estado da Saúde no que concerne ao planeamento da vacinação” e que “os militares recolhem e analisam dados que são utilizados em modelos de previsão e otimização da distribuição das vacinas”.

No Centro de Logística Nacional, localizado no Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), em Montemor-o-Velho, “dois militares integram uma célula de planeamento, responsável pela organização da operação logística, desde a receção das vacinas, armazenamento e preparação das encomendas de entrega à distribuição e transporte aos postos de vacinação”.

E na Direção-Geral da Saúde (DGS), concluía o mesmo comunicado, “encontra-se um farmacêutico militar a apoiar a DGS no plano de vacinação, nomeadamente no estabelecimento de grupos prioritários e no acompanhamento dos trabalhos que estão a ser desenvolvidos pelos outros países da União Europeia”.

Por fim, “no Estado-Maior-General das Forças Armadas encontram-se ainda cinco militares na retaguarda do planeamento da distribuição da vacina covid-19”.

Marcelo não foi o único a defender a presença desta instuição no processo. Rui Rio defendeu que o Governo deveria entregar às Forças Armadas, eventualmente ao Exército, a coordenação do plano nacional de vacinação da covid-19, por entender que “falta logística” a este processo.

“As coisas não estão a correr bem, há aqui uma oportunidade”, disse o líder do PSD, Rui Rio, no Parlamento, reagindo à demissão do coordenador do plano, Francisco Ramos.

“Precisamos, acima de tudo, de pessoas da área da logística que tenham capacidade de planear em grande escala”, disse, admitindo que se fosse Governo teria atribuído esta função aos militares.

O líder do PSD criticou o Governo pela velocidade a que o processo de vacinação está a decorrer, a uma média de 10 mil doses por dia.

“A nossa meta era no fim de junho ter vacinado 70% da população adulta. Como já estamos atrasados, a média teria de ser aumentada para 70 a 90 mil doses diárias”, disse, insistindo que “tem faltado planeamento, trabalho e capacidade de execução”.

“Faço um apelo numa situação muito difícil, com a serenidade que se deve ter”, disse o líder do PSD, pedindo ao Governo que tenha “a logística devidamente preparada” para que se possa assegurar uma vacinação em ritmo mais acelerado para que se possa “salvar o verão”.

Ana Moura, ZAP //

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