O Presidente da República defendeu esta terça-feira que deve ser reposto o uso obrigatório de máscara na rua, mas remeteu a decisão sobre as medidas a adotar para conter a propagação Covid-19 para depois da reunião no Infarmed.
Em declarações aos jornalistas junto ao Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, questionado sobre as medidas a adotar face ao crescimento do número de casos e de mortes por Covid-19 em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que se deve “esperar pela reunião do Infarmed” com especialistas, marcada para sexta-feira.
Questionado, depois, se entende que deve ser retomado o uso obrigatório de máscara na rua, o chefe de Estado respondeu: “Isso, claro, isso é evidente”.
“Estamos com valores de cerca de 1.500 [novos casos diários], há um ano estávamos com seis mil nesta altura. Há um ano estávamos com 80 e tal mortos [por dia]. Temos uma vacinação que não tínhamos”, disse o chefe de Estado, citado pelo Observador.
“Portanto, vamos ponderar calmamente, serenamente. Temos uma vacinação que não tínhamos. E depois se atuará em conformidade”, afirmou.
Interrogado sobre as medidas que podem ser adotadas sem recurso ao estado de emergência, aconselhou: “Vamos esperar”.
O Presidente da República falava aos jornalistas antes de assistir ao concerto de abertura oficial das comemorações do centenário do nascimento do escritor José Saramago.
O ministro de Estado, Economia e Transição Digital, Siza Vieira, disse também hoje estar convencido de que não serão necessários novos confinamentos nem “cenários radicais” como está a acontecer noutros países para conter a evolução da pandemia de covid-19.
“Não vale a pena antecipar cenários”, começou por dizer o ministro no final de uma reunião da Concertação Social, em Lisboa, quando questionado pelos jornalistas sobre a evolução da pandemia e a necessidade de eventuais novas medidas.
Segundo acrescentou, “do ponto de vista de saúde pública”, o país está “numa situação bastante diferente” relativamente ao ano passado com uma “elevada taxa de vacinação” que protege a população portuguesa “relativamente a uma maior incidência grave da doença” e ao número de óbitos.
“Portanto, não me parece que estejamos em cenários radicais que até alguns outros países europeus com mais baixas taxas de vacinação estão a encarar”, sublinhou Siza Vieira.
ZAP // Lusa