/

Marcelo desiste de candidatura a presidente

PSD / Flickr

Pedro Passos Coelho e Marcelo Rebelo de Sousa na comemoração do trigésimo aniversário dos TSD. 11 de janeiro de 2014.

Pedro Passos Coelho e Marcelo Rebelo de Sousa na comemoração do trigésimo aniversário dos TSD. 11 de janeiro de 2014.

O antigo líder social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa afastou este domingo uma candidatura às presidenciais de 2016 considerando que o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, quis excluí-lo de candidato na sua moção de estratégia global.

“Claramente, eu acho Pedro Passos Coelho quis excluir na moção de estratégia o candidato Marcelo Rebelo de Sousa. Quis, o que é perfeitamente legítimo. Estás nas suas mãos e quis fazê-lo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no seu programa semanal de comentário político, na TVI, acrescentando que, assim sendo, “a questão está resolvida”.

Segundo o professor universitário de direito, “se o líder do partido fundamental da área [do centro-direita] diz que é indesejável” a sua candidatura, “uma pessoa de bom senso, a menos que queira fazer um exercício de vingança ou um exercício lúdico, não vai dividir o eleitorado pondo a vitória mais fácil ao candidato do outro lado”.

No seu entender, não faz sentido “uma candidatura antecipada, para ir a correr antes de o partido indicar o apoio a um candidato”.

O comentador político sugeriu que o actual presidente da Comissão Europeia pode vir a ser o candidato apoiado pelo PSD: “Se houver hipótese de Durão Barroso sobrar de lugares internacionais e poder recuperar em termos de sondagens, é uma hipótese forte a encarar no quadro do Presidente que ele [Passos Coelho] encara”.

Marcelo Rebelo de Sousa alegou que Passos Coelho traçou um perfil presidencial “pela negativa”, para o excluir, “não tanto por aquela característica que é o problema de mudar de opinião”, mas pelo “problema do mediatismo, da popularidade, de um perfil de Presidente interventor, de um Presidente não parlamentar”.

“E, na dúvida, várias fontes do PSD dirigiram-se aos jornais para esclarecer os comentadores e os jornalistas de que era isso o objectivo, excluir um candidato”, apontou.

O antigo presidente do PSD observou que, se Passos Coelho queria excluir alguém, poderia ter “seguido uma metodologia mais fácil desde que se inventou o telefone, que é pegar no telefone” e comunicar-lhe a sua posição.

O social-democrata sustentou que há um ano o actual primeiro-ministro estava disposto a “tolerar” um candidato presidencial menos do seu agrado, mas que a evolução dos indicadores económicos e financeiros o deixou confiante numa vitória nas legislativas e mais à vontade para definir “o Presidente ideal para o seu futuro mandato”.

Na sua moção de estratégia global, intitulada “Portugal acima de tudo!“, o líder do PSD defende que “o Presidente deve comportar-se mais como um árbitro ou moderador” e evitar “tornar-se numa espécie de protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes ou num cata-vento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político”.

O chefe de Estado “não deve buscar a popularidade fácil” e, sendo supra partidário, “também não pode colocar-se contra os partidos ou os governos como se fosse apenas mais um protagonista político na disputa política geral”, escreve.

Passos Coelho considera que “a iniciativa de candidatura deve partir dos potenciais candidatos” e “não de qualquer directório partidário”.

Na “altura própria” o PSD formalizará “nos órgãos estatutariamente competentes” o “perfil desenvolvido que considera adequado ao entendimento do papel do Presidente da República” e “o apoio a conceder a um futuro candidato presidencial que se apresente no respeito por este perfil”, acrescenta.

/Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.