Marcelo “fará tudo” para afastar Chega do Governo

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José Fernandes / SIC / Lusa

Se a AD perder as eleições deste domingo, mas houver maioria de direita, o Presidente da República não vai aceitar um substituto de Luís Montenegro para um eventual governo com o Chega. É um delírio, dizem fontes da Presidência.

Se a Aliança Democrática (AD) perder as eleições deste domingo, mas houver uma maioria de direita no Parlamento, o Presidente da República não aceitará um primeiro-ministro de substituição de Luís Montenegro para um eventual Governo com o Chega.

Um cenário em que Montenegro “cai” se perder as eleições com maioria de direita é um delírio. “Não existe”, confirmam fontes da Presidência da República ao Expresso esta sexta-feira.

Marcelo Rebelo de Sousa “tudo fará” para evitar a entrada do Chega no novo Governo— exatamente da mesma forma que não aceitou a “solução Centeno” para substituir o primeiro-ministro António Costa quando este se demitiu a 7 de novembro.

Em fevereiro, o líder do Chega, André Ventura, elogiou Marcelo Rebelo de Sousa por ter sido o primeiro a garantir que não se iria opor a uma solução governativa que envolvesse o terceiro partido mais votado nas últimas eleições por si antecipadas para este domingo, 10 de março.

Em entrevista ao Diário de Notícias, o líder do partido de extrema-direita confessou que “os Governos de iniciativa presidencial ficaram sem espaço de legitimidade após as últimas revisões constitucionais” e que o Presidente da República “não é eleito para criar Governos”.

Ventura admitiu que esse cenário “até podia ser aceitável para a maioria dos portugueses” mas que poderia pecar “em termos de legitimidade política”.

O mesmo André Ventura disse, em entrevista à SIC Notícias que recua a novembro, que ouviu diretamente de Marcelo que foi essencial para viabilizar um Executivo PSD-CDS-PPM) e que o Presidente não travaria uma viabilização de um Executivo do seu partido.

A preferência de Marcelo Rebelo de Sousa — como lembra o Expresso — passava por uma coligação pré-eleitoral entre PSD, IL e CDS, mas o Presidente também já relembrou: os votos do Chega representam uma porção do eleitorado e que, em caso de necessidade, um governo apoiado por este partido poderia ser aceite — desde que o partido de André Ventura não ocupe pastas de soberania.

Essa posição é reforçada pelas fontes do semanário, esta sexta-feira: Marcelo deverá, no máximo, aceitar o apoio de André Ventura a um eventual Governo, mas vai oferecer total resistência à sua entrada no Executivo.

ZAP //

2 Comments

  1. Por muitas razões ou motivos que possa ter, será um desrespeito por todos aqueles que votarem naquele partido.
    Tinha o Presidente da República como uma pessoa isenta e defensora, para o bem e para o mal, da democracia.

  2. Marcelo fará “tudo”.
    Esse tudo tem uma hipotética passagem para a outra margem.
    Será escancarada, se o cumprimento da sua agenda – a vitória do seu partido –
    estiver em causa.
    Já o confirmou, por meias palavras que a sonsisse tentou esconder.
    Lembram-se quando há tempos ele prometeu a Passos Coelho um lugar que o aguardava? Marcelo não dá ponto sem nó, nem se inibirá de trair quem nele confiou.

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