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Marca de jóias indiana faz anúncio sobre harmonia hindu-muçulmana. Seguiu-se a indignação

O anúncio de 43 segundos da nova coleção da marca ­indiana Tanishq não foi recebido com bons olhos por promover a harmonia hindu-muçulmana.

O anúncio da marca de jóias indiana, a ­Tanishq, pretendia retratar a harmonia inter-religiosa: uma família muçulmana preparava um chá de revelação surpresa para a noiva hindu. O slogan dizia: “Uma bela confluência de duas religiões, tradições e culturas diferentes”, num tributo à reputação da Índia como a casa de múltiplas etnias e religiões.

Segundo o The Washington Post, poucos dias depois de o anúncio ter sido publicado no YouTube e no Twitter, a marca de joalharia retirou-o de todas as suas plataformas depois de ter sido surpreendida com uma avalanche de indignação e um boicote à marca.

As críticas chegaram até do Bharatiya Janata (Partido do Povo Indiano). Kothapalli Geetha, um ex-legislador, disse que o anúncio era “altamente questionável” e que “normalizava a jihad do amor“, uma teoria da conspiração defendida por ativistas hindus de direita que defende que os homens muçulmanos estão envolvidos num esforço deliberado para converter mulheres hindus através do casamento.

Num comunicado divulgado no Twitter, a Tanishq justificou a eliminação do anúncio em prol do “bem-estar” de funcionários e parceiros. A empresa disse que o objetivo por trás da nova coleção – Ekatvam (ou unidade) – era “celebrar a união de pessoas de diferentes estilos de vida” durante “estes tempos desafiadores”.

Esta não é a primeira vez que uma marca indiana é criticada por promover a harmonia hindu-muçulmana. No ano passado, um anúncio de um detergente que mostrava uma criança hindu a proteger uma criança muçulmana durante o festival das cores também gerou um boicote.

Segundo o matutino, este é o último exemplo da amarga divisão religiosa que varreu a Índia sob o Governo nacionalista hindu liderado pelo primeiro-ministro Narendra Modi.

Quase 80% da população indiana é hindu, enquanto que os muçulmanos representam 14%, quase 200 milhões de pessoas. As relações entre a maioria hindu e a minoria muçulmana estão cada vez mais sob pressão desde que Modi assumiu o poder em 2014.

ZAP //

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