O ministro da Defesa brasileiro, Raul Jungmann, anunciou esta quarta-feira que o Presidente Michel Temer decretou a “ação de garantia da lei e da ordem” na Esplanada dos Ministérios, onde se registaram violentos confrontos entre polícias e manifestantes.
Segundo o ministro, as tropas federais passarão a reforçar a segurança no local, onde os edifícios estavam a ser evacuados por ordem do Governo.
Raul Jungmann afirmou que o chefe de Estado brasileiro considera “inaceitáveis” os desacatos e o “descontrole” registados no protesto.
“Ele não permitirá que atos como este venham a turbar um processo que se desenvolve de forma democrática e com respeito as instituições”, acrescentou.
Os manifestantes incendiaram e pilharam edifícios onde se localizam ministérios brasileiros. Durante a tarde, imagens transmitidas pela televisão mostram que foram destruídas as fachadas dos ministérios de Minas e Energia, dos Transportes, da Agricultura, do Meio Ambiente da Cultura e do Planejamento.
Com o agravamento dos confrontos, o Governo brasileiro deu ordem de evacuação de todos os edifícios da Esplanada dos Ministérios.
A manifestação começou pacífica, mas rapidamente degenerou em violência cerca das 13h30 locais (15h30 em Lisboa), quando os manifestantes tentaram aproximar-se do Congresso e a polícia tentou conter o avanço disparando balas de borracha e granadas de gás lacrimogéneo.
Polícias a cavalo tentaram também impedir a marcha dos manifestantes, que responderam arremessando pedras e incendiando caixotes do lixo.
Os organizadores do protesto, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), reivindicam a presença de pelo menos 150 mil pessoas.
A manifestação visava inicialmente protestar contra reformas liberais promovidas pelo Governo, mas nos últimos dias o pretexto passou também a ser a destituição de Temer e a realização de eleições diretas no país.
Atualização (16:00):
Entretanto, o Presidente do Brasil decidiu revogar o decreto que autorizava o uso de tropas das Forças Armadas em Brasília. Numa edição especial do Diário Oficial da União, Temer justificou a revogação da ordem afirmando que considerou “a cessação dos atos de depredação e violência e o consequente restabelecimento da Lei e da Ordem no Distrito Federal, em especial na Esplanada dos Ministérios”.
A decisão aconteceu menos de 24 horas depois da assinatura do decreto, que determinou o envio de tropas militares para proteger edifícios públicos que foram alvo de vandalismo.
ZAP // Lusa
Até que o ignorante do povo (não apenas lá), aprenda alguma coisa, ainda falta muito…