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Mais de 100.000 imigrantes chegaram à Europa pelo Mediterrâneo em 2015

Vito Manzari / Wikimedia

Imigrantes norte-africanos em Lampedusa

Imigrantes norte-africanos em Lampedusa

Mais de 100.000 imigrantes e refugiados chegaram à Europa desde o início de 2015 através do Mediterrâneo, em particular à Itália e Grécia, referiu hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

O número total de 103.000 pessoas foi atingido no fim de semana com a chegada de 6.000 migrantes e refugiados ao sul da Itália, acolhidos no âmbito da operação europeia Tritão coordenada pela guarda costeira italiana, indicou em Genebra o porta-voz Adrian Edwards, que se referiu a um “dramático aumento”.

A maioria é proveniente da África subsaariana e entre eles existem crianças e mulheres grávidas, precisou.

Desde o início do ano chegaram 54.000 pessoas a Itália, 48.000 à Grécia, 91 à ilha de Malta e 920 a Espanha, precisou o responsável do ACNUR.

A operação Trião é gerida pela Frontex, a agência europeia responsável pelas fronteiras exteriores do espaço Schengen, e apoia-se na participação de 26 países europeus.

No domingo, quando o número de imigrantes desembarcados nas costas italianas ultrapassou os 50.000 desde o início deste ano, três regiões do norte da Itália (Ligúria, Lombardia e Véneto) avisaram que se recusavam a acolher mais migrantes.

Segundo a Organização internacional para as migrações, cerca de 1.800 homens, mulheres e crianças morreram ou estão desaparecidos quando tentavam no mesmo período cruzar o Mediterrâneo a partir do norte de África e Médio Oriente.

O ACNUR “está a reforçar a sua presença na Grécia e no sul da Itália em resposta ao dramático aumento do número de refugiados e migrantes que estão a chegar”, acrescentou o porta-voz.

Adrian Edwards manifestou particular preocupação pelo número de migrantes e refugiados que estão a dirigir-se para a Grécia, que em todo o ano de 2014 registou 34.000 chegadas, número já largamente ultrapassado nos primeiros cinco meses deste ano.

Recentemente foi detetado um aumento dos migrantes que tentam alcançar as ilhas gregas a partir da costa da Turquia, uma travessia considerada mais segura que a viagem desde o norte de África até Itália.

As ilhas gregas estão a receber uma média de 600 pessoas por dia, na maioria refugiados do conflito na Síria, Afeganistão e Iraque e com metade a desembarcar na ilha de Lesbos, muito perto da costa turca, precisou Edwards.

O ACNUR já apelou para o “urgente reforço de pessoal e recursos em todos os serviços estatais e organizações da sociedade civil que lidam com o acolhimento de refugiados”, acrescentou.

“Também estamos a procurar apoio para as comunidades das ilhas que estão a ser afetadas”, concluiu.

/Lusa

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