Ministério dispensa quase todos os alunos da renovação de matrículas (após ataques informáticos e o desespero dos pais)

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António Cotrim / Lusa

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

As matrículas online são agora obrigatórias apenas para os alunos que no próximo ano lectivo vão iniciar os 5.º, 7.º e 10.º anos de escolaridade. O anúncio é feito pelo Ministério da Educação depois das muitas queixas relacionadas com o Portal das Matrículas que terá sido alvo de ataques informáticos.

Foram muitos os problemas que os encarregados de educação tiveram com o Portal das Matrículas desde o primeiro momento. Problemas que levaram a um prolongamento do prazo para as inscrições de crianças no pré-escolar e no primeiro ano de escolaridade.

Nesta altura, estaria a decorrer o período para a renovação de matrículas dos alunos do 2º ao 12º anos de escolaridade que deveria prolongar-se até ao próximo 12 de Julho.

Mas, afinal, só os alunos que mudam de ciclo de ensino, respectivamente os que vão frequentar os 5º, 7º e 10º anos de escolaridade, é que precisarão de renovar a matrícula no Portal criado pelo Ministério da Educação.

As renovações para os restantes anos lectivos serão feitas automaticamente, conforme nota do Ministério citada por diversos órgãos de informação.

“Apesar de vários dias em que foram ultrapassadas as 100 mil matrículas diárias, e de já terem sido concluídas cerca de 70% do total, este procedimento vem aliviar o fluxo do Portal das Matrículas e, por conseguinte, poder melhorar a acessibilidade da página, para quem tenha de efectuar a matrícula por essa via”, explica o ministério como cita o Expresso.

O gabinete do ministro Tiago Brandão Rodrigues refere ainda ao semanário que houve “ataques informáticos de elevada complexidade, que estão a ser acompanhados pelo Centro Nacional de Cibersegurança, e que provocaram graves bloqueios no sistema”.

“Mais de 8 horas a tentar sem conseguir!”

Muitos pais se têm queixado das dificuldades de acesso à plataforma onde deveriam ser feitas, obrigatoriamente, as matrículas devido à pandemia de covid-19.

No Portal da Queixa há uma série de encarregados de educação a lamentarem o “desespero” e as horas perdidas com tentativas frustradas de efectivação da renovação.

“Mais de 8 horas, sim, mais de 8 horas a tentar fazer uma simples renovação de matricula e sem conseguir”, lamenta Leandro Sousa, um dos pais queixosos.

“O portal das matrículas leva-nos à loucura“, desabafa ainda Luís Silvestre, enquanto Carla Barroso diz que é “inadmissível e vergonhoso”. Esta encarregada de educação refere, nesta terça-feira, 7 de Julho, que tentou em vão matricular a filha desde o dia 1 de Julho, passando “horas e horas perdidas” na plataforma.

“É assim que se promove a produtividade neste país, com os pais horas e horas de volta de um serviço que não funciona“, lamenta ainda Carla Barroso que fala de um processo “desesperante” e “kafkiano”.

“Os encarregados de educação trabalham e têm de descansar, não podem ocupar todo o tempo disponível para tentar fazer uma matrícula num portal que não funciona”, queixa-se ainda Carlos Brandão.

“É lamentável estar há 5 dias a tentar fazer a matrícula da minha filha”, relata também Susana Guimarães, vincando que “é um serviço de qualidade tão má que nem dá para entender”.

Pelas redes sociais, há outras pessoas que se queixam da lentidão do Portal, com algum humor à mistura.

https://twitter.com/GongasCardeno/status/1280159238711586816

A Secretária de Estado da Educação, Susana Amador, já tinha explicado os problemas no Portal das Matrículas com “picos completamente inéditos” de acesso, conforme uma publicação de 2 de Julho no seu perfil do Facebook.

Susana Amador vincou ainda que, àquela data, já tinham sido “submetidas mais de 300 mil matrículas”, notando que houve momentos com “90 mil pedidos de acessos por segundo”.

ZAP //

1 Comment

  1. Há ministérios que funcionam mal até encontrarmos este da Educação. Parece que não tem noção da realidade. Devolve os manuais, depois não devolve. Matricula-se a criança, depois já não matricula. Aulas online, depois presenciais e para o ano seja o que Deus quiser. Não seria melhor um professor do ensino básico e secundário como ministro do ensino básico e secundário em vez de um rato de laboratório que nunca deu uma aula na vida?

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