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As estrelas alinharam-se para levar à Índia o maior encontro de humanos de sempre

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Prabhat Kumar Verma / EPA

Até 04 de março, são esperados na cidade indiana Allahabad cerca de 150 milhões de peregrinos, que buscam proteção e purificação nas águas que cruzam os rios sagrados Ganges, Yamuna e Saraswati, durante aquele que é considerado o maior evento religioso do mundo.

Este evento, designado ‘half-Kumbh’ (meio-Kumbh), é um dos quatro encontros do Kumbh Mela, o principal festival do hinduísmo, que ocorre entre as cidades de Allahabad, Ujjain, Nashik e Haridwar, a cada doze anos. Segundo a NPR, as suas datas são fixadas de acordo com o “alinhamento das estrelas e planetas“.

Até agora, o maior encontro da história da humanidade tinha sido precisamente durante uma das festividades do Kumbh Mela, em 2013, onde se reuniram 30 milhões de pessoas. No evento deste ano – ‘half-Kumbh’ -, que acontece seis anos desde o último, esperam-se  150 milhões, passando este a ser o maior encontro de seres humanos de sempre.

Os funcionários do governo e as autoridades religiosas responsáveis pela organização estimam que 15 milhões de pessoas estiveram presentes na abertura, que ocorreu na passada terça-feira.

Para a edição deste ano, foram construídas cerca de 200 milhas de novas estradas. Segundo a NPR, além deste meio, os peregrinos chegam de comboio ou de barco, pelo Ganges, carregando os seus pertences nas cabeças. Dormem numa vasta cidade de tendas à beira do rio, onde a temperatura cai “em direção ao congelamento” durante a noite.

O evento “reúne ricos e pobres, turistas e monges ascéticos, todos sentados e agachados lado a lado, a cantar mantras”, incluindo sacerdotes hindus, famílias com crianças e aventureiros estrangeiros em viagem espiritual.

O local do banho é na confluência dos rios Ganges, Yamuna (dois dos maiores da Índia) e Saraswati – um rio mítico que os fiéis acreditam que flui no subsolo. “Diz-se que um mergulho nas águas é restaurador, com o poder de purificar o pecado”.

“É como se todas as populações da Califórnia, Texas, Florida e Nova Iorque decidissem nadar juntas no mesmo lugar”, refere a NPR.

Alguns peregrinos chegam mesmo a beber a água, acreditando que esta seja curativa, embora os cientistas alertem que não o devem fazer. Acontece que os rios Ganges e Yamuna estão poluídos pela indústria e pelos esgotos. O primeiro, inclusive, é o sexto maior curso de água do mundo a carregar plástico para os oceanos.

De acordo com a rádio, nos últimos anos houve incêndios e tumultos nos eventos do Kumbh Mela. Embora até ao momento não tenham ocorrido incidentes, 30 mil agentes e forças de segurança estão à disposição. Foram instaladas igualmente 122 mil casas-de-banho portáteis e 20 mil cestos de lixo.

O orçamento de quase 600 milhões de dólares (cerca de 528 milhões de euros) disponibilizado para este evento – que o torna o Kumbh mais caro de todos os tempos – é dividido entre o governo do estado de Uttar Pradesh e o governo central da Índia, liderados por nacionalistas hindus.

Os peregrinos ficam nas cidades indianas Allahabad, Nashik, Ujjain e Haridwar, que, segundo a tradição hindu, estão localizadas onde os deuses, acidentalmente, verteram o Amrita, o néctar da imortalidade. Kumbh significa “pote”, uma referência ao vaso que contém o elixir, Mela significa “justo” ou “festival”.

Este é o primeiro ano em que a cidade de Allahabad hospeda o Kumbh sob o seu novo nome – Prayagraj. O mesmo foi alterado pelos nacionalistas hindus que governam Uttar Pradesh, no ano passado.

“O novo nome tem mais significado para a maioria dos hindus indianos do que o nome Allahabad, que foi escolhida por um rei muçulmano durante os séculos em que o norte da Índia era governado pelos mongóis”, explica o artigo da NPR.

Outra novidade neste Kumbh são os ‘outdoors’ do primeiro-ministro Narendra Modi, que concorre à reeleição este ano. Muitos dos peregrinos fazem parte da sua base de eleitores nacionalistas hindus.

TP, ZAP //

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2 Comments

  1. ” Acontece que os rios Ganges e Yamuna estão poluídos pela indústria e pelos esgotos”
    Para além deste tipo de poluição, esqueceram-se de mencionar que os mortos, são atirados ao Rio Ganges, quem tem dinheiro pega-lhes fogo, quem não tem, vai mesmo assim, por isso, muitos cadáveres, flutuam no rio, como eu muito bem os vi… Portanto, a água deve ser mesmo própria , coisas de religiões e fanatismos, onde os mesmos, ganham sempre muitos dólares e euros, só o povo é que não enxerga…

    • Caríssima “a”, se fosse só na India que os oportunistas ganham com a religiosidade das pessoas…, mas infelizmente o que não faltam é casos congéneres…, mesmo no dito civilizado ocidente!!!
      Enfim, este mundo é, sempre foi e sempre será um mundo de sacanas!!!

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