O Ministério Público está a investigar um e-mail forjado com a assinatura da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, pedindo um favor pessoal relativo ao caso de Rui Pinto.
No dia 22 de março, quando Rui Pinto chegou a Portugal acompanhado pelas autoridades, o Supremo Tribunal de Justiça recebeu um e-mail urgente assinado pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, que apelava a “um favor pessoal com a máxima discrição” relativo ao arguido Rui Pinto.
No e-mail, Van Dunem pedia que fosse aplicada “a medida de coação mais leve, de preferência com pena suspensa, de modo a evitar que se venham a revelar publicamente outros assuntos mais sérios que ponham em causa o Estado português”.
Segundo o Expresso, o conteúdo do e-mail rapidamente causou estranheza. Desde a hora em que foi enviado (5h49) e pela forma como saudava o destinatário: “Ora viva dr. António Silva Henriques Gaspar”. Além do tom casual com que se dirigia, na altura, a presidência do Supremo Tribunal de Justiça estava nas mãos de António Piçarra.
“Conto com o seu apoio e agradeço máxima discrição sobre este assunto, não comente esta conversa com ninguém nem mesmo comigo”, lia-se no fim do e-mail.
A Polícia Judiciária verificou que o e-mail foi forjado, apesar de apresentar como remetente um endereço eletrónico aparentemente do Ministério da Justiça ([email protected]). Desde então, que o caso já se encontra a ser investigado pelo Ministério Público, depois de ter sido informado à procuradora Patrícia Barão.
“Há uma investigação criminal em curso sobre este assunto, razão pela qual não nos podemos pronunciar, para já. A verificação da segurança é constante”, explicou o gabinete da ministra da Justiça ao Expresso. O e-mail usado existiu, mas desde há muito tempo que foi desativado.