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Magistrada que investiga mortes nos Comandos alvo de processo disciplinar

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(dr) Exército Português

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A Procuradora-Geral da República (PGR) determinou a abertura de um processo disciplinar à magistrada Cândida Vilar, que dirige a investigação relativa à morte de dois recrutas do curso de Comandos, disse à Lusa fonte do Ministério Público.

Segundo a mesma fonte, a abertura do processo disciplinar prende-se com o incidente de recusa da magistrada suscitado por Alexandre Lafayette, advogado de dois militares arguidos no inquérito-crime sobre a morte dos recrutas Hugo Abreu e Dylan da Silva.

No incidente de recusa, a pedir o afastamento de Cândida Vilar, o advogado contesta a ilegalidade das detenções e as considerações feitas sobre os arguidos num despacho proferido pela magistrada, imputando-lhe a prática de denegação de justiça e prevaricação, indicou a mesma fonte.

Segundo a fonte, a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, determinou agora a abertura de processo disciplinar, uma decisão que causou “surpresa”, tanto mais que “todas as chefias da magistrada sabiam do teor do despacho e nunca fizeram qualquer reparo”.

Na opinião da fonte, a decisão da PGR surpreende também por ocorrer quando estava para breve a conclusão da investigação à morte dos recrutas.

A queixa para afastar Cândida Vilar foi dirigida à diretora do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), Lucília Gago, que rejeitou o pedido de recusa, tendo a iniciativa processual de Alexandre Lafayette sido também comunicada à Procuradora-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), Maria José Morgado, e à Procuradoria-Geral da República, relatou a fonte.

O inquérito à morte dos recrutas, em setembro de 2016, durante o curso de Comandos, tinha terminado esta semana a inquirição das testemunhas, faltando apenas um parecer de um assessor militar para que fosse proferido o despacho final (acusação ou arquivamento).

O inquérito do MP investiga a morte dos dois recrutas e também factos relacionados com outros instruendos que receberam assistência hospitalar, durante o treino do 127.º Curso de Comandos, na região de Alcochete, distrito de Setúbal, a 4 de setembro.

Segundo o MP, num despacho de novembro, a natureza dos crimes e a atuação dos suspeitos revelam “personalidades deformadas, (…) com vista a criar um ambiente de intimidação e de terror, bem como sofrimento físico e psicológico nos ofendidos, sujeitando-os a tratamento não compatível com a natureza humana”.

Os envolvidos, adianta o despacho, tinham conhecimento que com as elevadas temperaturas que se faziam sentir e a privação de água, os instruendos não estavam em condições físicas e psíquicas de prosseguir a instrução.

No entender do MP, “a atuação reiterada dos suspeitos” revela um “manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocam nas vítimas, tratando os instruendos como pessoas descartáveis”.

// Lusa

6 Comments

  1. “Segundo o MP, num despacho de novembro, a natureza dos crimes e a atuação dos suspeitos revelam “personalidades deformadas, (…) com vista a criar um ambiente de intimidação e de terror, bem como sofrimento físico e psicológico nos ofendidos, sujeitando-os a tratamento não compatível com a natureza humana”.” Acho um piadão a isto… É mesmo suposto “criar um ambiente de intimidação e de terror, bem como sofrimento físico e psicológico”! São comandos! Vão estar sugeitos a coisas bem piores! Têm de estar preparados. Aqueles que estão, poderão safar-se. Mas aqueles que não estiverem… Esses morrem de certeza! É no que dá julgar uma situação militar por um juiz civil… Ignorância! “sujeitando-os a tratamento não compatível com a natureza humana”… Eles têm de ser mais que humanos! Se os tratatres com paninhos quentes não aguentam um dia no teatro de operações. Eles sabem disso quando entram nos comandos. O problema não está no tratamento duro “não compatível com a natureza humana”. O problema está na selecção médica (fisica e psicológica) dos instruendos. Quem não tem capacidade para aguentar a dureza do treino (que é pêra doce comparado com a situação real) não pode ir para os comandos.
    Com esta última frase penso que é óbvio que não estou de “acordo” com as mortes ocorridas. Mas estou perfeitamente de acordo com a dureza do treino. Mas acrescento: Não estou é de acordo com o serviço militar por inteiro! Confuso? Nem por isso. As forças armadas são desnecessárias em Portugal (afirmo!) mas compreendo que, existindo, os treinos sejam adequados.

  2. Ja nao se fasem homens como antigamente so bichas eu no meu tempo ate com merda nos borravao a cara parecia que largava mos lume pela boca agora um pouco de sol e ja erao coitados para isso se chama tropa especial

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