Emmanuel Macron prometeu vacinar todos os franceses que assim o desejem até ao fim do verão. O México aprovou o uso de emergência da vacina russa.
Numa entrevista televisiva esta terça-feira, Emmanuel Macron prometeu que toda a população francesa que deseje vacinar-se contra a covid-19 poderá fazê-lo até ao fim do verão. No início de março, o Presidente francês estima que já estarão imunizados 80% dos pensionistas de lares.
Macron garantiu que a campanha de vacinação contra o coronavírus decorre “ao ritmo previsto” e que quatro instalações em França produzirão vacinas contra a covid-19 ainda este mês. O chefe de Estado esteve reunido com representantes de grandes laboratórios franceses e europeus antes da entrevista.
De momento a oferta disponível não permite ao país vacinar todos os idosos, mas com o início da produção da vacina em França deverá ser possível atingir as metas traçadas por Macron.
Macron alertou ainda que a estratégia de vacinação “não permitirá, a curto prazo, evitar que o vírus circule a grande velocidade”, pelo que as medidas de prevenção continuam a ser necessárias.
De acordo com o Expresso, o Ministério da Saúde francês indica que já foram dadas quase milhão e meio de primeiras doses da vacina no país e quase 50 mil segundas doses. Esta semana deverão ser feitas mais 1,1 milhões de inoculações.
México aprova uso de emergência da vacina russa
O México aprovou o uso de emergência da vacina russa Sputnik V contra a covid-19, informaram hoje as autoridades mexicanas, numa altura em que a situação da pandemia se agravou no país.
O anúncio foi feito pelo subsecretário da Saúde e estratega do Governo mexicano contra a covid-19, Hugo López-Gatell, horas depois da publicação dos resultados provisórios da fase III dos ensaios da vacina na revista científica The Lancet, que apontam para uma eficácia de 91,6%.
A Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários (Cofepris) autorizou o recurso à vacina russa na terça-feira (madrugada de quarta-feira em Lisboa), tendo o Ministério da Saúde assinado igualmente o contrato para o fornecimento de 24 milhões de doses, informou o responsável pela luta contra a pandemia no país.
As primeiras 400 mil doses deverão chegar ao país já este mês, disse López-Gatell.
O México foi um dos primeiros países do mundo a iniciar a vacinação, em 24 de dezembro, apostando em imunizar a população, de 130 milhões de habitantes, até março de 2022, mas o plano de imunização atrasou-se, devido a atrasos nas entregas da Pfizer e BioNTech.
A procura de vacinas é tão grande que o site lançado pelo Governo mexicano na terça-feira, para permitir o registo das pessoas com mais de 60 anos que desejam ser vacinadas, ficou demasiado congestionado, deixando de estar acessível.
A situação agravou-se nas últimas semanas. Em janeiro, o país contabilizou o maior número de mortes provocadas pela covid-19 desde o início da pandemia, um total de 32.729 óbitos.
Com a agravamento da situação, o México passou esta semana a ser o terceiro país no mundo com mais mortes por covid-19, depois dos Estados Unidos e Brasil, ultrapassando a Índia.
Na capital, 87% das camas dos hospitais estão cheias, com as ambulâncias que transportam os doentes infetados com o novo coronavírus a terem de esperar várias horas até receberem luz verde.
“Infelizmente, por causa da saturação dos hospitais e das linhas telefónicas, temos de esperar três a quatro horas antes de nos designarem um hospital e chegarmos lá”, disse à agência de notícias Associated Press (AP) o chefe de ambulância Eduardo Vigueras.
Devido às dificuldades nos cuidados de saúde, algumas famílias acabam por optar por não enviar os doentes em estado grave para o hospital, temendo não voltar a vê-los, segundo os paramédicos.
Desde o início da pandemia, o México contabilizou 159.533 mortes e 1.874.092 casos confirmados de covid-19.
Só nas últimas 24 horas, o país registou 433 mortes provocadas pelo novo coronavírus e 4.384 casos, segundo os dados oficias.
O México iniciou a campanha de vacinação em 24 de dezembro, tendo já vacinado mais de 677 mil trabalhadores do setor da saúde, com mais de 45 mil a terem recebido a segunda dose, informaram as autoridades sanitárias.
O país conta com acordos para 34,4 milhões de doses da vacina da Pfizer, 77,4 milhões da britânica AstraZeneca, 35 milhões da CanSino e 51,5 milhões da plataforma Covax da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Países Baixos prolongam maioria das medidas restritivas
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, anunciou hoje o prolongamento até 2 de março da maioria das medidas restritivas para travar a propagação da covid-19 atualmente em vigor nos Países Baixos.
No entanto, Rutte confirmou a reabertura das escolas primárias e das creches a partir de 8 deste mês, bem como a possibilidade, a partir de 10 de fevereiro, de se vender a partir das chamadas lojas não essenciais, fechadas desde 15 de dezembro.
O prolongamento das medidas foi decidido no mesmo dia em que o Instituto de Saúde Pública holandês indicou que as novas infeções pelo novo coronavírus desceram 20% na semana passada, embora as variantes mais transmissíveis sejam já responsáveis por dois terços dos casos.
O instituto indicou que as novas infeções baixaram para as 28.628 na semana passada, mas pediu “o maior cuidado possível” para qualquer alívio do confinamento devido às novas variantes do novo coronavírus.
Os bares e restaurantes estão fechados desde meados de outubro.
No domingo, o governo anunciou que as creches e as escolas primárias irão reabrir na próxima segunda-feira.
O instituto de saúde pública holandês disse que a redução das novas infeções é resultado do confinamento, mas considerou prematura a avaliação do recolher obrigatório, que só começou a 23 de janeiro.
A introdução do recolher obrigatório entre as 21:00 e as 04:30 gerou tumultos em várias cidades holandesas, com lojas saqueadas e um centro de testes ao vírus incendiado.
Na segunda-feira, os Países Baixos anunciaram ter registado 3.280 infeções em 24 horas, o número mais baixo dos últimos quatro meses.
O país de 17 milhões de habitantes conta com mais de um milhão de infetados, incluindo mais de 14 mil mortos, desde o início da pandemia.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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