A partir das 00:00 de quarta-feira, o Governo de Macau só vai permitir a entrada de residentes, de cidadãos da China continental, Hong Kong e Taiwan e de trabalhadores não residentes. O anúncio surge depois de terem sido registados dois novos casos importados da Covid-19 em 24 horas.
“Para evitar a transmissão da Infeção por Novo Tipo de Coronavírus na Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] (…) é proibida, a partir das 00:00 do dia 18 de março de 2020 [16:00 de terça-feira em Lisboa], a entrada na RAEM de todas as pessoas não residentes, com exclusão de residentes do Interior da China, da Região Administrativa Especial de Hong Kong e da região de Taiwan, bem como de titulares do título de identificação de trabalhador não residente”, lê-se num despacho do executivo de Macau.
“Por motivo de interesse público, nomeadamente a prevenção, controlo e tratamento da doença, socorro e emergência, e em casos excecionais de manutenção do funcionamento normal da RAEM ou das necessidades básicas de vida dos residentes, a autoridade sanitária pode dispensar o cumprimento da respetiva medida por parte das pessoas referidas no número anterior”, apontou Ho Iat Seng, citado pela agência Lusa.
Esta decisão acontece no mesmo dia que Macau registou um novo caso importado de infeção pelo novo coronavírus, o segundo em 24 horas.
“O diagnóstico foi efetuado a um homem de 47 anos de idade, cidadão espanhol, que se deslocou a Macau para fazer negócios e não sentia nenhum desconforto”, indicou uma nota do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.
No posto fronteiriço do aeroporto, o pessoal dos Serviços de Saúde detetou febre no homem, razão pela qual foi transportado de ambulância para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para a realização de exames, que confirmaram esta terça-feira a infeção.
“No dia 15 de março, este indivíduo, espanhol, apanhou o voo SU2501 de Madrid (Espanha) para Moscovo (Rússia) e efetuou trânsito para o voo SU204 de Moscovo para Pequim. No dia 16 de março, apanhou o voo NX001 de Pequim para Macau e chegou ao Aeroporto Internacional de Macau às 20:00 horas no mesmo dia”, disseram as autoridades.
Este é o 12.º caso confirmado em Macau. Dos dez primeiros pacientes, todos receberam alta hospitalar.
Na segunda-feira, as autoridades detetaram o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus em 40 dias, numa sul-coreana que chegou ao território vinda do Porto, onde visitou familiares do namorado português.
Uma situação que levou o Governo de Macau a avançar, a partir desta terça-feira, com a quarentena quase total a todos aqueles que entrem no território, de forma a conter casos importados, após mais de um mês sem detetar infeções pelo novo coronavírus.
Esta medida é imposta a todos os indivíduos que viajaram em países nos 14 dias anteriores à entrada no território, com exceção da China continental, Taiwan e Hong Kong.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se no centro da pandemia, com quase 60 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.
A Itália com 2.158 mortos (em 27.980 casos), a Espanha com 342 mortos (9.942 casos) e a França com 148 mortos (6.633 casos) são os países mais afetados na Europa. Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Testes ‘low cost’ podem chegar a África em junho
A empresa Mologic, do Reino Unido, e a fundação Institut Pasteur de Dakar, do Senegal, juntaram-se para desenvolver um novo teste, mais rápido e mais barato, que poderá ajudar a combater a propagação da Covid-19 em África, avançou a Bloomberg, citada pelo Jornal Económico. Há 368 pessoas infetadas naquele continente.
De acordo com a informação divulgada, o teste poderá reduzir para dez minutos o tempo que leva a confirmar se a pessoa está, ou não, infetada com a Covid-19. Usando a tecnologia dos testes caseiros de gravidez e malária, o kit de saliva e picada de dedo pode estar pronto para venda em junho, por menos de um dólar (90 cêntimos).
Os testes serão fabricados pela diaTropix, do Senegal, uma unidade de fabricação de diagnóstico recém-construída e administrada pelo diretor do Instituto Pasteur, Amadou Alpha Sall, que lidera os treinos em África para testes de coronavírus.
A Mologic recebeu uma doação no valor de um milhão de euros do governo do Reino Unido para ajudar no desenvolvimento dos testes.
Os atuais testes detetam o material genético num processo de laboratório que pode levar várias horas e custar mais de 400 dólares (359 euros) em algumas instalações privadas.
Coronavírus / Covid-19
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