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Sem novos casos, Macau tem plano a “três velocidades” para recuperar turistas

Diego Delso / Wikimedia

Lago Nam Van, Macau

Macau vai apostar num plano a ‘três velocidades’ para recuperar os milhões de turistas que perdeu com a pandemia de covid-19. A região administrativa não regista novos casos há mais de um mês.

O último doente da covid-19 em Macau recebeu esta terça-feira alta, o que reduziu o risco no território, mas é preciso estar atento à situação epidemiológica em todo o mundo, afirmou o diretor dos Serviços de Saúde locais.

“O último doente teve alta hospitalar, o que deixa Macau novamente com um registo zero. Estamos há 41 dias sem novos casos, o risco é muito baixo, mas é preciso ter em conta a situação em todo o mundo, ainda de risco elevado”, disse Lei Chin Ion, na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Macau registou, numa primeira fase, dez infetados, e após 45 dias sem novos casos, identificou mais 35 doentes. Todos os 45 casos diagnosticados foram importados e as autoridades indicaram não ter existido contágio na comunidade.

“Não podemos baixar a guarda, precisamos de ter cuidado e acompanhar de perto a situação da epidemia em todo o mundo, para garantir a segurança da população de Macau e recuperar a normalidade”, sublinhou.

Por isso, Macau vai manter as medidas de prevenção em vigor e para quem entre no território, oriundo de zonas de risco mais baixo, é obrigatória a apresentação do código de saúde e do resultado do teste de ácido nucleico, disse.

Já para entrar a partir de zonas de risco mais alto é necessária uma quarentena de 14 dias e, antes de iniciar viagem, a apresentação do resultado do teste à covid-19, acrescentou.

Sobre a possibilidade de abertura das fronteiras com a cidade chinesa de Zhuhai, adjacente a Macau, e com a região administrativa especial vizinha de Hong Kong, Lei Chin Ion indicou “não ser possível avançar uma data, por se estar ainda na fase de comunicação” com os dois governos.

Plano a ‘três velocidades’

Macau, a capital mundial do jogo, vai apostar num plano a ‘três velocidades’ para recuperar os milhões de turistas que perdeu após o início da pandemia da covid-19, indicaram as autoridades.

A informação foi prestada pela Direção dos Serviços de Turismo (DST) no decorrer da primeira reunião plenária de 2020 do Conselho para o Desenvolvimento de Macau, que se realizou na terça-feira.

A DST “apresentou o plano de recuperação para a indústria de turismo de Macau, a ser realizado em três fases”, de acordo com um comunicado divulgado ao final da noite.

Depois de duas vagas de casos que obrigaram inicialmente a fechar os casinos por 15 dias, a estatística de visitantes em Macau continua a registar perdas acima dos 93%, com os ‘resorts’ e as salas de jogo praticamente desertos.

Uma realidade transmitida pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, que presidiu à reunião, e deu conta dos planos governamentais para a recuperação da indústria e dos turistas que foram quase 40 milhões em 2019.

“Planos preparatórios” que a DST já discutiu com a indústria hoteleira, agências de viagens, companhias aéreas e transportadoras marítimas, segundo as autoridades.

“A primeira fase arranca com um programa promocional para apoiar a indústria [de turismo] local, e preparar o terreno a nível nacional e do exterior”, indicou a mesma nota, num momento em que se mantêm as restrições dos vistos da China, o principal mercado turístico de Macau, e nas fronteiras, bem como medidas de prevenção que incluem a obrigatoriedade de uma quarentena de 14 dias no território.

Na segunda fase, de acordo com a evolução da pandemia “e após a retoma das políticas de migração de algumas regiões, avançar-se-á com trabalhos de promoção”, que contemplam programas de excursão gratuitos de meio dia para os visitantes que pernoitarem na cidade.

Na terceira fase do programa de recuperação turístico, “consoante a recuperação do mercado internacional, serão definidos planos preparatórios para a recuperação da indústria, com foco no lançamento de medidas de incentivos para redes de transportes aéreos, marítimos, autocarros transfronteiriços”, sublinhou-se no comunicado.

Na mesma reunião, a DST acrescentou que, além das três fases, foi estabelecido “contacto com os operadores turísticos, com vista a conceber viagens locais e a Hengqin, para contribuir para a revitalização da economia“.

ZAP // Lusa

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